Produtores do município diversificam negócios.

Fotos: Renan Guex/JdeB
O município de Eneas Marques tem força econômica no campo. Segundo o secretário municipal de Agricultura, Pedro Celso Bernardi, 75% do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) provém da agropecuária. Em 2016, foram R$ 60 milhões de receita bruta de aves de abate, R$ 52 milhões na comercialização de suínos, R$ 42 milhões em leite e R$ 35 milhões em ovos. Pedro conta ainda que o município possui 27 mil cabeças de gado, sendo 12 mil vacas e novilhas de raças leiteiras. Todas as atividades ligadas ao agronegócio movimentaram juntas mais de R$ 280 milhões no ano passado.
Pai e filho juntos
Wilson Guadahin, 63 anos, e seu filho Hermes Guadahin, 37, contam com 90 vacas para ordenha de leite e 360 matrizes de suínos. “Tudo começou com meu avô, nos anos 50. Aos poucos, meu pai foi comprando algumas terras”, relata Hermes. Wilson lembra que o trabalho na lavoura era muito difícil: “Quando começamos, era tudo manual. Arava a terra com o gado. Começamos com três porquinhas”.
As primeiras vacas da propriedade foram adquiridas quando Hermes tinha 13 anos. “Eu comprei umas novilhas jersey e dei para o Hermes cuidar. Depois compramos cinco holandesas na Expobel e decidimos só trabalhar com elas. Dá muito mais leite”, diz Wilson. Recentemente, a família inovou na produção do gado leiteiro e passou a utilizar o sistema de confinamento conhecido como free stall. A técnica é utilizada para maximizar a produção de leite e reduzir o esforço do animal.
“O sistema é pra deixar [as vacas] o dia inteiro no galpão, mas durante a manhã, que é mais fresco, eu solto elas por umas três horas no pasto. Acho que os animais não foram feitos pra ficarem o dia inteiro fechados. Quando elas voltam, cada uma tem sua casinha e ali elas passam o resto do dia. Fica muito mais organizado e facilita o manuseio”, conta Hermes. A produção de leite chega a 2,1 mil litros por dia.
Rebanho suíno
Na produção de suínos, as 360 matrizes rendem aos produtores entre 750 e 800 leitões por mês. “Quando os leitões completam 25 dias, são levados para a BRF de Toledo. O processo de gestação demora três meses e 24 dias, mais ou menos”, diz Wilson. Em breve, a família irá aumentar o espaço para receber entre 500 e 600 matrizes.
A granja de suínos e o galpão do sistema free stall possuem uma esterqueira que é utilizada como adubo na lavoura. A família também tem 150 alqueires mecanizados para produção de soja, milho, trigo e feijão. São nove funcionários distribuídos nos negócios da propriedade.
Família é homenageada como destaque em 2017
Homenageada como propriedade destaque em 2017, a família Antonello está há 35 anos na mesma propriedade, localizada na comunidade do Rio Cachimbo, em Eneas Marques. Os irmãos Tiago, 32, e Diogo, 26, cuidam da ordenha do leite e da plantação de soja. O pai, Celso Antonello, 56, é responsável pela granja de suínos. “Hoje temos 50 vacas em lactação, entre holandesa e jersey, o que rende mil litros de leite por dia. Diferente de outras propriedades, deixamos o gado solto no pasto”, conta Tiago.
O trabalho de ordenha começa cedo no sítio. “Às 6 horas fazemos a primeira ordenha. Demora entre duas e três horas para concluir o rebanho. O tempo gasto é para tocar as vacas, tirar o leite e alimentar. Às 18h é a segunda etapa”, afirma Tiago. Os produtores conseguem ordenhar seis vacas por vez. Para armazenar o leite, os irmãos possuem um tanque resfriador com capacidade para três mil litros.
Na área de suínos são dois mil animais que Celso e mais um ajudante cuidam todos os dias. Celso optou por não ser integrado com as grandes empresas. “Vendo para particular e açougues da região”, comenta. Para alimentar os animais, ele produz a própria ração. “Compramos o milho, mas fazemos a ração aqui. Vai em torno de 30 a 40 sacos por dia”, completa.
