Empresários contam as dificuldades enfrentadas no início do negócio.
Onésio Aquiles Mioto, 72 anos, saiu de Xanxerê (SC) ainda jovem, em 1969, em busca de uma nova cidade para desenvolver a carreira. De família de agricultores, Onésio cursou Defesa Sanitária Animal em Concórdia (SC) e, após formado, não sabia onde trabalhar. “Um agricultor me indicou o Paraná para morar. Havia várias cidades que estavam em desenvolvimento e não possuíam veterinária. Eneas era uma delas. Eu já tinha parentes na cidade, resolvi vir pra cá”, relembra o empresário.
Ele e a esposa, Claudete Maria Mioto, 69 anos, recordam as dificuldades que enfrentaram na época. “Era muito difícil, não tinha luz e todas as estradas eram de chão. Também não tinha água. A gente trazia de balde”, conta Claudete. “Eu vim pra cá com uma malinha de roupa e um caminhão de boa vontade”, acrescenta Onésio.
A primeira agroveterinária
O casal é um dos pioneiros e instalou no município a primeira veterinária. “A ideia inicial não era para ficar muito tempo, mas fui ficando. De lá pra cá, muita coisa aconteceu”, diz o empresário, que desde 1969 possui a empresa no mesmo local: Avenida Joaquim Bonetti, 393.
Naquela época, as entregas de medicamentos poderiam demorar um dia todo. “Nós começamos só nós dois. Ela ficava na loja, enquanto eu ia de cavalo ou charrete para o interior. Só depois de muito tempo que consegui comprar um Willy e ainda mais pra frente um Fusca”, relata Onésio. A ascensão da Agroveterinária Mioto começou após o aumento da produção de leite no município.
Hoje a agroveterinária é referência na cidade. Foram comercializadas 14 mil doses de vacina contra aftosa neste ano, sendo que Eneas possui 27 mil cabeças de gado. A maior receita da empresa, cerca de 90%, está ligada à área de produção de leite, que é uma das principais rendas do município.
