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Francisco Beltrão
quarta-feira, 25 de junho de 2025

Edição 8.232

25/06/2025

Uma Diocese construída com ordens e congregações de religiosos

Antes da criação da Igreja Diocesana, vários padres atenderam os moradores dos Campos de Palmas.

 

Quatro municípios do Sudoeste não têm paróquia: Bela Vista da Caroba (pertence a Pérola D`Oeste), Coronel Domingos
Soares (pertence a Palmas), Manfrinópolis (pertence a Salgado Filho) e Pinhal deSão Bento (Ampere). Francisco Beltrão tem cinco paróquias, Pato Branco tem três, Dois Vizinhos e Palmas duas de cada. Nos demais municípios, uma paróquia cada um.
Foto: Arte de Marcos Staskoviak (arquivo JdeB) e Lucas Botega

 

 Pastoral da Comunicação
A história desta Diocese de Palmas-Francisco Beltrão jamais poderá ser relatada sem a justa citação da presença e contribuição das congregações religiosas, masculinas e femininas. Poucas anotações existem sobre a que ordens pertenceriam os primeiros padres a pisarem nos chãos de Palmas, mas seus nomes são conhecidos. O primeiro, padre José Ponciano de Araújo, trabalhou entre os anos de 1836 até 1843. O segundo, padre José Antônio de Camargo Araújo, dentre 1843 e 1849 e também os seguintes: padre Manoel Chagas que teria chegado em 1842 e o padre Joaquim Gonçalves Pacheco, que veio a seguir e teve uma passagem marcante pelo vilarejo.
Os registros históricos da Catedral de Palmas abrem um espaço valoroso para os padres franciscanos (OFM), que assumiram a Paróquia de Palmas em 1903, sendo seu primeiro pároco o frei Redempto Kulmann. Esta ordem trabalhou na então sede da Prelazia até 1964. Mas os franciscanos continuam ativos aqui e até hoje conduzem as paróquias, Pato Branco centro, Chopinzinho e Mangueirinha. 

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93 Anos de bênçãos

 Frei Policarpo Berri.

Aos 93 anos, frei Policarpo Berri impressiona pela capacidade de trabalho e pela bondade. A qualquer hora, ele pode ser encontrado na ativa, na Paróquia São Pedro. Não apenas a população de Pato Branco, como de toda a Diocese, vê nele um pastor especial. Frequentemente encontram-se pessoas dos mais diferentes lugares da Diocese a sua espera na casa canônica para uma bênção, um afago de mãos, uma palavra de conforto. Sem dúvida, frei Policarpo é um dos padres que bem representam o papel das congregações na construção desta Diocese.
Frei Policarpo chegou em Pato Branco em janeiro de 1956. No ano seguinte, a Ordem adquiriu a Rádio Colmeia, transformada em Celinauta, iniciando um grupo de comunicação. Frei Policarpo lembra bem de dom Carlos Eduardo Saboia de Mello, que o apoiou e muito incentivou no trabalho com a rádio. “Ele vinha e sempre aceitava falar na rádio”, lembra, elogiando o prelado como um dos melhores oradores dentre os bispos do Brasil. 
Frei Policarpo também cita dom Agostinho Sartori (em memória), cujo apoio resultou num trabalho radiofônico de mais de 20 anos transmitindo a escola catequética duas vezes por dia.  Sobre dom José Antonio Peruzzo, ele elogia o apoio e a disponibilidade em conversar e ouvir, além de dar as sugestões solicitadas. “Agora temos o dom Edgar, que é um homem de diálogo e que apoia bastante nosso trabalho”, elogia frei Policarpo. 
Para frei Policarpo, o papel das ordens e congregações é este mesmo: “Apoiar sempre todas as obras que a Diocese propõe. Devemos estar sempre de acordo com o que a Diocese quer. Devemos apoiar sempre o Bispo local, ou seja, trabalhar sempre para concretizar o Plano de Pastoral da Diocese.” 

Desbravadores do Sudoeste

Pe. Harry Van Briel.

A maioria das pessoas pode não lembrar quem são os Missionários do Sagrado Coração (MSC), mas se falarmos nos padres belgas, pronto. Todos sabem. O padre Harry Van Briel chegou em Capanema em 1961, mas conta que seus primeiros colegas vieram em 1947. Como a Prelazia abrangia também a área de Chapecó (SC), padre Francisco Masure ficou em Descanso (SC) e o padre Ulrico assumiu em Dionísio Cerqueira/Barracão. Padre Harry – padre Ari – conta que o primeiro deles a chegar em Francisco Beltrão foi o padre José Bosmans, em 1957, mas os franciscanos atendiam o lugar desde 1942, dentre eles o mitológico frei Deodato. A Paróquia de Beltrão abrangia as áreas de Salto do Lontra, Eneas Marques, Ampere, Santa Izabel do Oeste e Realeza.

50 capelas para cada padre
Padre Ari chegou em Beltrão em 1962 e ficou quatro anos na Paróquia Nossa Senhora da Glória. “Eram 100 capelas. O Bosmans atendia 50 e eu 50” conta. Em 1966, os MSC fundaram o Seminário São José, onde padre Ari permaneceu até 1974. Uma história que ele confirma é seu gosto por caminhões. Aos domingos, os seminaristas subiam no caminhão dirigido por ele e buscavam as comunidades para grandes jogos de futebol. Houve até um acidente com 50 meninos em cima. Numa noite, padre Ari voltava de uma apresentação teatral no centro e como choveu o caminhão tombou. Apenas um menino se machucou quebrando a clavícula. Era Agenor Girardi, que foi ordenado padre e hoje é bispo da Diocese de União da Vitória (PR).
Sobre o papel das congregações religiosas masculinas e femininas, padre Ari entende que “estas dedicaram seu tempo, suas forças humanas, tanto que muitos membros morreram aqui”. E acrescenta: “Muitas construções foram feitas com recursos financeiros de várias fontes da Europa, intermediadas pelos padres e transformadas em benefícios locais. Um exemplo é a Concatedral e o Colégio Glória, em Beltrão, projetados por um arquiteto belga, Francisco de Lepeleire, bem como outras igrejas da região.” O religioso diz que “valeu a pena o trabalho das ordens e congregações religiosas porque tudo foi feito a serviço da Igreja, solidificando a fé do povo e a organização eclesial do Sudoeste.”

Dom Edgar reconhece o trabalho

Dom Edgar Ertl desde 23 de julho de 20116,
atua como quarto bispo da Diocese
de Palmas-Francisco Beltrão.

 

O bispo diocesano dom Edgar Xavier Ertl destaca que o trabalho destas congregações religiosas masculinas e femininas têm grande importância.  “Meu parecer: pobres seríamos como Povo de Deus, se em nossa Igreja Particular não tivéssemos as congregações e ordens religiosas. Seus carismas são dons e graças para a evangelização. Nossa Diocese de Palmas-Francisco Beltrão sempre foi agraciada pelas muitas ordens e congregações masculinas e pelas congregações femininas, presentes desde sua origem. Rezemos ao Senhor que envie sempre religiosos e religiosas à nossa Diocese.” 

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