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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

”Brasil precisa de política pública para o leite”

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite, Geraldo Borges, que é de Minas Gerais, esteve no Seminário Regional do Leite e expôs as reivindicações da classe. Ele deu entrevista ao Jornal de Beltrão e analisou a situação enfrentada pelos produtores. 
JdeB – Que análise o senhor faz deste problema que estamos vivenciando na produção de leite?
Geraldo – A visão que nós da Abraleite temos é de um momento muito difícil. Os produtores de leite em todos os seus portes, no Brasil inteiro, tanto o pequeno como o grande, estão tendo uma dificuldade muito grande em relação a sua atividade. O preço de custo tá muito mais alto do que o preço que ele recebe hoje pelo produto, pelo litro do leite. E isso está fazendo com que os produtores de leite estejam todos quebrados de Norte ao Sul do País.
E nós da Abraleite. Temos abrangência nacional, e estamos acompanhando em todos os Estados, inclusive aqui no Paraná e nos Estados da região Sul, que são os Estados em que mais cresceu a produção e que tendem, em pouco tempo, ser responsáveis por 50% da produção do leite brasileiro. É uma pena que a situação esteja assim, a cadeia precisa se organizar e a Abraleite surgiu com este objetivo, organizar a cadeia produtiva para que o produtor tenha uma remuneração justa, para ele produzir e viver com dignidade. Nós não podemos continuar numa situação de incertezas, de instabilidades, inclusive de preço na cadeia como um todo na cadeia do leite, da forma como vem acontecendo no Brasil. Precisamos de mudança e a Abraleite há seis meses de existência vem trabalhando firmemente no Congresso Nacional, no Executivo e também nos Estados. Esse trabalho é constante e continuaremos em 2018 lutando pra melhorar para o produto leite do País.
Que alternativas a Abraleite aponta para resolver ou minimizar este problema?
Nós temos pontualmente cobrado do Governo Federal pra desonerar a cadeia, nós temos o leite mais caro pra se produzir no mundo. Ou seja, nós temos um monte de impostos, de cinco encargos, principalmente os nossos vizinhos, como Uruguai e Argentina, que competem conosco no leite, não possuem. Ou seja, o produtor destes países não tem custo de produção que nós temos nas costas. Este Custo Brasil que nos inviabiliza e não nos deixa sermos competitivos no leite. Nós teríamos que estar exportando leite, e não estarmos preocupados com leite da Argentina e do Uruguai que entram no Brasil.
JdeB – Essa questão de postergar o pagamento de financiamentos é um paliativo?
É realmente um paliativo, é enxugar gelo, você adiar prazo de pagamento de dívida não soluciona o problema. Tem que solucionar o mal na raiz. O produtor não pode se endividar a ponto de não ter condições de pagar o custeio ou investimento que ele fez. A realidade é que a cadeia tem que se organizar, exigir políticas públicas para fazer crescer essa classe, de mais de um milhão de produtores de leite no País.

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