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Francisco Beltrão
quinta-feira, 19 de junho de 2025

Edição 8.229

20/06/2025

”O primeiro sutiã a gente nunca esquece”

Este é o bordão de uma propaganda da Valisére dos anos 80, mas são vários os exemplos. Como conquistar tanto destaque?

 

Propaganda “Primeiro sutiã”, da Valisére, de 1987, lembrada por Marione Caregnatto.
A criação foi do publicitário Washington Olivetto. 

“Toc toc toc… quem bate?” São vários os bordões que contribuem para tornar um anúncio marcante. Afinal, quais aspectos são levados em conta no desenvolvimento da propaganda, em específico para TV? O publicitário Gelson Corazza questiona: “Você se refere especificamente ao passado ou independentemente da época? Porque há uma diferença, o mundo e a comunicação mudaram muito. Nos conceitos é a mesma coisa, mas na forma hoje é totalmente diferente”.

“A gente vê na propaganda antiga um certo saudosismo, porque, assim como a música de hoje é descartável, a propaganda no mundo de hoje é diferente”, comenta Gelson Corazza, publicitário.

Segundo ele, em primeiro lugar é preciso identificar quem é o seu público. “Em propaganda, chamamos de target. Aí você procura conceitos e ideias que se associam ao seu público. No caso de televisão, quando se trata da propaganda em rede nacional, se você conseguir criar um bordão, algo que todos vão falar e usar no cotidiano, aí você realmente consegue uma visibilidade da marca.” Gelson cita: “Não é nenhuma Brastemp” e “Mil e uma utilidades”.
Para Gelson, o que diferencia uma das outras é o fato de transcender o produto, virar um bordão, virar um “hit”, no caso de um jingle, ou mesmo tocar em costumes e combater preconceitos.

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“Da propaganda antiga brasileira não tem como não lembrar os anúncios da Brastemp, da série da Bombril, com o garoto propaganda mais famoso de todos os tempos, o Carlos Moreno, do tio da Sukita, entre outras. Na verdade, a gente vê na propaganda antiga certo saudosismo, porque, assim como a música de hoje é descartável, a propaganda no mundo de hoje é diferente. As plataformas digitais, as opções de comunicação e entretenimento que as pessoas têm tornam o desafio do publicitário muito mais difícil. Então acabamos tendo nas antigas uma certa referência, assim como na música acabamos sempre nos remetendo às bandas e canções de 40 anos atrás”, acrescenta Gelson. 

Qual a sua propaganda – das antigas – preferida? 
Um exemplo é a do Laka, na qual o menino leva um chocolate para a namorada, mas não resiste e come. Quando a garota chega, ele conta que trouxe um chocolate pra ela, que pergunta: “Onde?” E ele responde com um beijo, então ela completa: “Dá mais um?”. 
Nesta edição, a enquete foi direcionada para quem tem 30 anos ou mais, com o desafio de lembrar anúncios marcantes. “São tantos! Aquele dos cotonetes, da Bom-Bril, da Caloi, da Faber Castell, o gordinho da Honda; pena que muitos deles seriam proibidos hoje em dia, por causa do politicamente correto. O da Laka, realmente, um dos mais legais”, responde Valdecir Vargas. 
“Uma (propaganda) dos produtos de higiene da Turma da Mônica e aquelas do tio Sukita”, declara Luana Borba Patriarcha.
“Do chokito, ‘creme caramelizado com flocos crocantes e delicioso chocolate Nestlé’, e o da Pernambucanas, quando o frio batia na porta”, comenta Thalita Grando Rauen. Roseli Gralak também se recorda desta: “Toc toc toc… quem bate? É o frio, das Casas Pernambucanas, ainda lembro disso”.
“Compre batom, compre batom!”, cita Thais Priscila Medeiros Koba, sendo que esta é uma das mais reconhecidas. Raquel C. Girotto também se lembrou da propaganda do Batom, bem como Luciane Wescinski. “Batom: ‘Compre batom, seu filho merece batom’. Guaraná: ‘Pipoca e guaraná que programa legal, só eu e você (…) eu quero ver pipoca pular, pipoca com guaraná. Faber Castell: ‘Numa folha qualquer, eu desenho um sol amarelo’. ‘Me dá, me dá, me dá, me dá Danoninho, Danoninho dá’. São tantos que voltei a ser criança”, diz Luciane, bem-humorada. 
“O tempo passa, o tempo voa e a poupança Bamerindus continua numa boa. Mas a da Faber Castel era linda e a favorita, com certeza”, destaca Tisciana Leticia.
Francielli Sganderla cita o comercial da Parmalat e lembra de toda a musiquinha: “Os bichinhos da Parmalat: O gato mia, o cachorrinho late, o rinoceronte só quer leite Parmalat. Mantenha seu filhote forte, vamos lá, trate seu bichinho com amor e Parmalat. Tomou?”.
“Eu nunca esqueço o dia que o Milkbar virou Lolo, entrava num túnel e saía de roupa trocada”, conta Dircéia Cristina S. Braun.
“Com certeza a da Valisére, do primeiro sutiã”, salienta Marione Caregnatto.
“A Ipiranga fez uma série de comerciais geniais nos anos 90”, comenta Marcos Staskoviak.

Propaganda da Melissa nos anos 80 ainda hoje é lembrada por muitas mulheres.
Foto: Reprodução YouTube 

 

 

 

 

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