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Francisco Beltrão
segunda-feira, 23 de junho de 2025

Edição 8.230

21/06/2025

Casal apostou na produção de leite e hoje mantém rebanho com 80 animais

Eles começaram com a produção e venda de hortifruti, mas mudaram para a pecuária leiteira e atualmente produção é de média escala.

 

O produtor de leite Renato Alves, ao fundo o pavilhão com o rebanho leiteiro.
Foto: Projeto Rural Sustentável

 

Renato Alves é produtor rural em Verê, e beneficiário do Projeto Rural Sustentável. No início, vendia somente hortifruti e só depois de algum tempo, passou a trabalhar com leite. Dia 9 de março, a propriedade de Renato e sua esposa Jane, na Linha Alto Alegre, sediou um Dia de Campo. A base da economia de Verê é, nos dias atuais, a produção de leite. 
Mas nem sempre foi assim, destaca Renato, sempre muito alegre e sorridente: “Desde os 15 anos, eu já vendia verduras para os moradores da região. Era repolho, cenoura, batata doce, tomate, melancia, couve-flor e outras verduras que produzíamos aqui. Eu não perdia venda, não”, conta ele sobre uma das frentes de produção que ajudou a desenvolver na propriedade.

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Sítio do pai
A propriedade foi comprada pelo seu pai, Raul, quando veio para o município na década de 60 e onde Renato nasceu e cresceu. A vontade de fazer o negócio da família crescer não parou por aí. Hoje ele administra as terras vizinhas dos irmãos, que produzem grãos (soja e milho) e que demandam tanta atenção, tempo e recursos, quanto a produção de leite, segundo Renato. 
Em 2001, ele foi conhecer, por vontade própria, um sistema de pastejo perene que o motivou a adubar as terras na sua propriedade e plantar a braquiária. Na época, poucos agricultores tinham iniciativa de fazer coisas novas, mas interessado, ele sempre buscou informações em eventos como o Dia de Campo que estava acontecendo naquele dia: “Acho muito bom olhar as outras propriedades. Você pode ver um cocho de água diferente ou um piquete. Aqui, eu e meu funcionário, vamos copiando dos outros, mesmo”, reforça ele sobre a necessidade de buscar constantemente informações para melhorar a produção.

Trabalho sofrido
Para a esposa Jane, a melhora nos processos de produção adotados na propriedade é muito significativa. “No começo era tudo muito sofrido, o trabalho era braçal e sempre tinha muito serviço. Junto com o hortifruti, nós começamos a produzir leite e com a chegada do laticínio na comunidade (Laticínio Alto Alegre, em 2002), fomos aperfeiçoando e só depois que conseguimos melhorar um pouco a produção”, desabafa a produtora. 
O crescimento dos processos de produção é notável e pode ser comprovado pelo sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), implantado há aproximadamente oito anos. Na época, as linhas de eucalipto foram plantadas para dar sombra aos animais. 
Com o passar dos anos, no entanto, comprovou ser eficiente e barato, dando um incremento de aproximadamente 3 litros/dia por animal.
Atualmente, com o crescimento do rebanho bovino de leite, Renato e a esposa investiram no sistema de confinamento chamado Compost Barn, onde as vacas em lactação ficam alocadas num galpão, próximas à sala de ordena, com ventilação mecânica e comida quase a vontade, composta de silagem e ração preparada. 

Gestão ambiental
Atualmente, o casal possui 80 animais em produção, 20 vacas secas e aproximadamente 50 novilhas, ou seja, aquelas que ainda precisam crescer e atingir idade para produção. Estas últimas, permanecem no pasto, utilizando o sistema de iLPF, implantado anteriormente.
Com este plantel de animais, Renato precisou pensar em sistemas complementares de gestão ambiental, como a implantação de uma esterqueira com grande capacidade de retenção de dejetos, que de tempo em tempo, será devolvido às lavouras e pastagens, servindo como adubo orgânico e de muita qualidade.
Quando perguntada sobre o crescimento da produção, Jane diz sentir um “frio na barriga”, mas demonstra otimismo, foco e dedicação para atingir os objetivos traçados: “A gente gosta de leite e o Renato ainda mais. Quando você faz o trabalho com vontade, parece que isso te anima e só tende a dar certo.”

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