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Francisco Beltrão
sábado, 07 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

Refém foi levado 20km agarrado no capô

Policiais

O JdeB conversou com dois reféns do assalto e eles confirmaram que não foram soltos, mas sim conseguiram fugir. Nenhum quis se identificar.
O rapaz que foi levado no capô completou 18 anos há poucos dias. Estava reticente de falar com a imprensa ontem. Uma familiar dele até comentou que queria que ele procurasse um médico, porque foi uma situação traumatizante. Ele, contudo, disse que “tava de boa”.

De poucas palavras, contou que teve que se agarrar para não cair e que percorreu em torno de 20 quilômetros naquela posição, até a comunidade do Km 26, em uma velocidade que variava entre 80km/h e 100 km/h.
O rapaz contou que quando os bandidos tiveram um contratempo – bateram em um barranco ao tentar desviar de outro veículo – ele aproveitou para pular do capô do carro e fugir. A maioria do percurso da fuga foi por estradas do interior. A polícia passou por ele em seguida na caça aos criminosos.

 

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Fuga e ameaças
Dentro do carro continuavam dois reféns com as mãos amarradas com cintas plásticas. Perto da comunidade de São Brás, interior de Beltrão, eles bateram o carro e tiveram que fugir a pé. Outro refém que conseguiu fugir falou que manteve a calma e evitava conversar. “Já perto de abandonar o veículo, quando eles sabiam que teriam que seguir a fuga a pé, nos falavam que se a gente não corresse junto iriam nos matar.”

Ele lembra que o motorista não conhecia o trajeto da fuga, eram os outros dois que orientavam. “Ou eles são daqui ou estudaram muito bem a rota pra fugir.” Ele também comentou que não percebeu qualquer sotaque diferente, apenas gírias como “mano” que eram muito utilizadas. Quando entramos na capoeira, logo o outro refém conseguiu escapar. Então fiquei apreensivo, porque não queria ficar sozinho com eles, poderiam querer atirar para se livrar ou algo parecido. Esperei eles se distanciarem a uns cinco metros e corri no sentido oposto e me joguei em uma capoeira, sorte que eles não voltaram procurar. Ele correu mais um km até achar uma casa de agricultores e pedir ajuda. “Parando hoje pra pensar a gente vê que poderia não ter voltado pra casa. Mas não fiquei muito preocupado porque o alvo deles era o dinheiro e não nós que estávamos ali. Eu apenas fui escolhido aleatoriamente para ir junto como qualquer outro poderia ter sido levado.” Há pouco tempo os pais dele foram alvo de bandidos também, numa situação em que ficaram amarrados e na mira de revólveres. Uma caminhonete foi levada e não foi mais recuperada.

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