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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Aumento no preço de carros novos torna o mercado de usados um bom negócio

Empresários do setor têm notado aumento na procura por seminovos e usados; a Fipe de alguns modelos chegou a aumentar de um ano para outro.

Algumas particularidades do atual cenário econômico do Brasil têm contrariado verdades eternas quando o assunto é negócio de carro. A procura por usados tem sido tamanha que alguns modelos estão mais caros hoje do que em anos anteriores. Ou seja, quem comprou um determinado veículo em 2015 pode ter ganhado dinheiro ou invés de perder.

É a chamada desvalorização negativa, quando um modelo sobe de preço na tabela Fipe – a referência para determinar preços de automóveis, caminhões e motos. O bom momento que o setor de usados vive é uma das justificativas, segundo o empresário Atalibio Michels. “A venda de carros 0 km caiu muito nos últimos anos e, como atividade econômica, nosso negócio é regido também por uma espécie de oferta e procura: quando as pessoas querem mais um seminovo ao invés do novo, o preço do usado tende a subir um pouco também”, diz.

André Luiz tem percebido grande procura por carros completos entre R$ 15 e 25 mil.

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Fotos: Fotos: Leandro Czerniaski/JdeB

O empresário André Luiz também acredita que a estagnação das vendas de 0 km está impulsionando a procura pelos usados e acrescenta: “comprar carro novo, hoje, está mais caro, porque as fábricas subiram o preço dos automóveis e isso desestimula as pessoas a comprar um 0km. Quem pensa em trocar de carro até está pegando um de melhor ano e equipado, mas seminovo”.
Michels também percebe a mudança de comportamento do consumidor. No mercado de usados, por exemplo, a quantidade de compras feitas através de financiamento caiu pela metade nos últimos quatro anos e a maioria busca uma compra à vista. “Às vezes quem ia comprar um carro zero financiado opta por pegar um melhor, mas seminovo, que vai oferecer praticamente tudo o que o novo entrega”, diz Atalibio, que comercializa quase que a totalidade dos carros com até seis anos de uso.

 Atalibio Michels diz que vendas por meio de financiamento caíram pela metade.

Mas há também faixas de preços mais populares e que mostram bem como anda o comportamento do consumidor, segundo André. Carros completos – com ar, direção e vidros – entre R$ 15 e 25 mil são os mais buscados, seguidos pela faixa dos que estão entre R$ 25 e 40 mil. “Aqueles mais baratos, de 6 a 10 mil reais, então, são muito requisitados”, diz.

 

Carro usado também valoriza…
Apesar da procura estar controlando os preços, há quem vê na depreciação o principal motivo para fechar um negócio. Neste ponto, alguns modelos se destacam com atributos como a confiabilidade mecânica, bom desempenho com economia, assistência técnica próxima e barata e também itens diferencias em algumas versões, como um ar condicionado ou câmbio automático.
E quando a qualidade se mostra através da procura, o carro se valoriza – como a febre do HB 20 há três anos. O popular Pálio, algumas camionetes, os sedans médios Fluence e Corolla, além de picapes mais antigas, têm apresentado essa tendência, mas um dos maiores destaques é o UP com motor TSI Turbo: um modelo 0 km custava R$ 43,4 mil em 2015 e hoje vale R$ 42 mil, uma depreciação de apenas 4% em três anos.

 

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