O granizo, que caiu por cerca de quatro minutos, causou danos em cerca de quatro mil residências em 20 bairros e comunidades do interior.
.jpg)
Soldados do Exércio, bombeiros, policiais e servidores da Prefeitura atuaram intensamente.
Foto: Cristian Schio
O Corpo de Bombeiros atualizou ontem à tarde as informações da tempestade de granizou que atingiu Francisco Beltrão na noite de sexta-feira, por volta das 21 horas. O granizo, que caiu por cerca de quatro minutos, causou danos em cerca de quatro mil casas em 20 bairros, o que corresponde a 50% da área urbana, além de prejuízos em localidades do interior.
Poucos minutos após a passagem da tempestade os moradores atingidos procuraram a sede do Corpo de Bombeiros (3° SGBI), no Bairro Cristo Rei, em busca de lonas para cobrir emergencialmente suas casas e, ainda na noite de sexta-feira e manhã de sábado, mil famílias foram cadastradas.
[relacionadas]
A corporação distribuiu 102 rolos de lona (29 recebidas do Corpo de Bombeiros de Pato Branco), o que significa 40.800 m². Foi feito um verdadeiro mutirão para atender os moradores com apoio de vários órgãos públicos como Polícia Militar, Prefeitura, bombeiros militares da ativa e da reserva e mesmo os que estavam de folga.
Muito trabalho no final de semana
Um comitê emergencial foi estabelecido na sede do Corpo de Bombeiros, posto de comando para controle das operações, com a presença do comandante do 3º SGBI, major Heitor Soster, prefeito Cleber Fontana, vice-prefeito e secretário de Planejamento, Antônio Pedron, e toda a estrutura da Defesa Civil. No interior, as comunidades mais atingidas foram Linha Macagnan, Linha Eva, Santa Bárbara, Água Vermelha, Rio Quibebe, Água Branca e Linha São Paulo.
Sábado, uma força-tarefa composta pela Prefeitura de Francisco Beltrão, Defesa Civil, Polícia Militar, Debetran e Exército Brasileiro, sob a coordenação do Corpo de Bombeiros e 12ª Coordenadoria Regional de Proteção e Defesa Civil, iniciou os trabalhos de levantamento aéreo dos danos e cadastro das pessoas mais carentes para o recebimento de telhas de fibrocimento 4mm.
Cerca de 630 famílias cadastradas
Durante o final de semana e a manhã de ontem foram cadastradas cerca de 630 famílias e entregues mais de 5.700 telhas. A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (Casa Militar) também disponibilizou toda sua estrutura para auxiliar na parte documental e demais materiais.
“Importante ressaltar que os cadastros seguem critérios de vulnerabilidade social, ou seja, as telhas são destinadas às famílias mais carentes. Todos os cadastros são verificados pela Assistência Social do município ou por equipes do Corpo de Bombeiros, que verifica no local a real necessidade e condição social. Só após esta verificação é realizada a entrega”, ressalta o major Heitor.
O Corpo de Bombeiros orienta que durante estes eventos também é necessário atentar para a segurança. O conserto de telhados deve ser feito por pessoas experientes e garantindo todas as medidas de segurança para evitar acidentes. No final de semana foram registradas dois acidentes de queda de plano elevado e duas ocorrências de incêndio.
O drama das famílias
Carine Rodrigues Rizzo, moradora do Bairro São Cristóvão, disse que o granizo danificou toda a cobertura de sua casa. “Molhou as roupas do meu guarda-roupa, sofá, tapete, camas, o piso laminado fez bolhas e no banheiro despejava muita água. No forro de PVC teve lugar que trincou, quebrou com a força das pedras.” Mesmo chovendo, Carine disse que a família se reuniu rapidamente para cobrir o telhado com lona, do contrário os prejuízos seriam maiores.
Dalton Pin, supervisor comercial, mora na Rua Argentina, Bairro Vila Nova, com a esposa Carlise e os filhos Gabriel, 8 anos, e Mariana, 1 ano. “Eu percebi um barulho estranho, abri a janela, tava dando um tufo de vento, e quando eu fechei a janela, a gente já escutou o primeiro estouro de Brasilit em cima do teto, as crianças começaram a se assustar. Aí, a Carlise reuniu os dois no nosso quarto, eu fui fechar toda a casa, guardei o carro e em questão de uns dois minutos já estava chovendo dentro, com exceção da sala de estar e do nosso quarto, que não choveu tanto, foi só em uma parede, o restante da casa encharcou, escorreu bastante água pelas paredes. Aí a gente esperou passar um pouco, arredou alguns móveis pra tentar proteger e em seguida eu já saí pra comprar lona, pra ver se conseguia cobrir a casa. Coloquei a lona na sexta de noite ainda, com ajuda de amigos, e no sábado eu subi para colocar as mantas, provisoriamente, mas provavelmente vou ter que substituir entre oito e dez folhas de brasilit.”