16.8 C
Francisco Beltrão
segunda-feira, 16 de junho de 2025

Edição 8.226

14/06/2025

”A Festa dos Motoristas vai se manter, diante de qualquer crise”

Beltrão

O empresário Izaías Dalzotto

O empresário Izaías Dalzotto.

Foto: Rubens Anater/JdeB

Neste ano, a tradicional Festa dos Colonos e Motoristas de Francisco Beltrão chega a sua 58ª edição. E se depender da diretoria da Associação dos Motoristas, que organiza o evento, ela vai passar dos 60 anos, a despeito de crises ou problemas que possa enfrentar. “Queremos manter a tradição daqueles antepassados que se dedicaram e criaram esse evento”, afirma Izaías Dalzotto, empresário e presidente da Associação.

- Publicidade -

[banner=100016]

Seu Izaías trabalha há 42 anos no setor de transportes, principalmente no ramo de manutenção, e conta que a crise no setor sempre foi algo frequente, mas que nos últimos anos, principalmente depois de 2014, a situação piorou muito e que só agora parece estar se equilibrando. Ainda assim, ele deixa claro que a Festa de São Cristóvão não pode parar, porque ela é um incentivo para a classe seguir em frente. “A festa vai se manter, diante de qualquer tempo, de qualquer crise, a gente vai manter essa festa. E sempre procurando manter um padrão de qualidade”, garante.

 

Incentivo para o setor
“A Festa tem praticamente a idade do município. É um incentivo que a gente faz à classe do transporte”, continua seu Izaías. Ele comenta que no ano passado chegou a haver uma queda nas vendas. Para ele, a culpa se deve à crise econômica. Além disso, por causa dessa situação, este é o terceiro ano seguido que o preço do churrasco não muda. “Para manter a festa, estamos deixando de ter mais lucro, porque queremos atender bem o nosso público”, frisa.

Ainda, o pouco lucro é dissipado. Parte vai para a Mitra Diocesana, outra para a Guarda São Cristóvão, há ainda uma parceria com o Instituto Qualitrans, de qualificação de profissionais do trânsito, que é um investimento que a Associação faz pelos seus membros. Além disso, o grupo está guardando dinheiro para a restauração do Centro de Eventos na Cidade Norte – a adaptação de um dos pavilhões da entidade. Então, no fim, sobra pouco do lucro da festa.

Apesar disso, o presidente da Associação destaca a importância da promoção anual. “Com certeza vale a pena. A festa mesmo não gera muito lucro, o trabalho é custoso, é desgastante, mas no final, é muito gratificante”. Para ele, e para toda a organização desta festa tradicional, a parte mais importante é a celebração de São Cristóvão, com missa e procissão com bênção dos carros. “O almoço agrega em torno de 2,5 mil, 3 mil pessoas. Mas o fluxo de veículos pela procissão, é de seis ou sete mil pessoas.”

 

Paralisação serviu para abrir os olhos
Para Izaias Dalzotto, que trabalha com transportes há 42 anos, o setor deve começar a se equilibrar em breve. Ele avalia que crise é algo que sempre existiu na área. “A cada poucos anos tinha uma crise. O País nunca teve uma linha de pico, só altos e baixos”, pondera. Ainda assim, para ele, a crise dos últimos anos chegou ao pior possível.
“Desde 2014 a crise veio se agravando até esse ponto da paralisação. Acho que foi o ponto que não tinha mais como andar. Não tinha opção a não ser paralisar”, considera. Mas ele avalia que esse foi justamente o momento da mudança. “Chegou no caos, aí veio a paralisação dos caminhoneiros e acho que ela serviu para abrir os olhos de muita gente para agora tomar o rumo novamente”, pondera.

Ele considera que o setor de transportes foi muito prejudicado, por vezes pelos próprios transportadores, que aceitavam fazer fretes por valores irrisórios. Além disso, a criação de um “frete de retorno”, que chega a pagar menos de 30% do valor de ida, prejudicou muito o negócio. “Então o que precisa é essa tabela de frete que crie um patamar que pelo menos cubra os custos e tenha um parâmetro que dê condições de trabalhar.”

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques