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Francisco Beltrão
sexta-feira, 27 de junho de 2025

Edição 8.234

27/06/2025

Perdas na colheita da soja podem ultrapassar R$ 4 milhões

Os números apontam para a necessidade de realização de novos cursos voltados para a regulagem das colheitadeiras.

As perdas nas lavouras estão muito acima do limite aceitável por hectare.

Foto: Assessoria de Imprensa

Com intuito de diminuir as perdas no momento da colheita da soja e aumentar a rentabilidade dos agricultores, a Secretaria Municipal de Agricultura de Verê em apoio à Emater, vem realizando a coleta de informações para avaliar quantos grãos acabam ficando nas lavouras, no momento da colheita, e estimar quanto deixou de ser colhido em valores e quantidades.
“Nós fazemos a coleta em diversos pontos diferentes do município. Também são levados em consideração as diferentes máquinas que fazem a colheita. Chegamos na propriedade, demarcamos três pontos e fazemos a coleta de grãos. Com isso, temos a média de perda naquela propriedade”, explicou Juliano Somariva, técnico da Secretaria de Agricultura de Verê.
“O que chamou a nossa atenção e nos assustou é que das dez propriedades que coletamos, teve uma propriedade que teve uma perda de sete sacas por hectare, o que equivale a quase 17 sacas por alqueire. Levando em consideração o preço da soja que está em torno de R$ 70 [a saca], chegamos ao valor de quase R$ 1.200 de perda por alqueire”, destacou Somariva.
Das propriedades analisadas, a que teve a menor perda foi de 1.33 sacas por hectare. “Essa é uma perda aceitável. Segundo os especialistas até uma saca e meia por hectare está dentro do normal”, destacou Juliano. Entre as dez propriedades avaliadas a média de perda foi de 4.2 sacas por hectare, muito acima do considerado aceitável.

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Números assustadores
Quando se analisa toda área de cultivo do município de Verê, os números de perda em sacas e valores em reais assustam ainda mais. Levando-se em consideração que a média de perda é de 4.2 sacas por hectare, multiplicado pela quantidade de área cultivada nesta safra (Fonte Deral/Seab) que é 15.200 hectares, chegamos a uma perda de 63.840 sacas de soja em todo município. Com o valor da saca em R$ 70, o montante de dinheiro que acaba ficando na lavoura chega a R$ 4.468.800.

Definição de estratégias
Com base nestes dados alarmantes o próximo passo da Secretaria de Agricultura é de definir estratégias para diminuir essas perdas. Uma delas é o curso de regulagem de colheitadeira que deverá ser feito por meio do Senar. “Não podemos apenas se assustar com os dados. Vamos orientar esses agricultores para que eles possam aproveitar melhor os grãos que produzem e não deixar apodrecer na lavoura. Cada grão custou suor para ser produzido e é nosso interesse que os produtores possam transformar esse suor em renda”, frisou Juliano.
O levantamento de perdas na colheita da soja faz parte de um trabalho que o Emater vem fazendo no Paraná, que após finalizado, deverá ser divulgado a média de perda por municípios, região e em todo o Paraná. No ano passado, o levantamento da Emater/Seab em parceria com a Associação Regional dos Secretários Municipais de Agricultura (Assema) constatou uma elevação na média de perdas na colheita. A sugestão exposta aos secretários e agricultores foi no sentido de realizar mais cursos e treinamentos com os operadores.

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Alguns municípios deixaram de fazer os levantamentos

Nesta safra 2018-2019, em função da estiagem que ocorreu em novembro e dezembro, alguns municípios preferiram não fazer os levantamentos de perdas na colheita porque já se sabe que haverá quebra na produção. A estiagem afetou principalmente as lavouras plantadas mais cedo.
As plantas precisavam de chuvas para se desenvolver e no momento certo a umidade do solo estava muito baixa. Por causa disso, tem municípios onde as lavouras cresceram sem uniformidade.
Nos últimos anos era promovido o seminário regional de perdas na colheita, para demonstrar os resultados obtidos em cada município. No entanto, ainda não está definido se este evento será realizado. Mas o monitoramento de lavouras vem sendo feito por técnicos das secretarias de Agricutura e Emater.

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