A doença é mascarada até chegar a um estágio avançado, por isso é importante manter exames em dia e alimentação saudável.

Diabetes é uma doença causada pela falta ou má absorção da insulina, hormônio produzido pelo pâncreas com a função de quebrar as moléculas de glicose para transformá-las em energia. De acordo com a International Diabetes Federation (IDF), em 2017 havia 12,5 milhões de brasileiros com diagnóstico de diabetes e 425 milhões em todo o mundo. Segundo a IDF, até 2045 haverá um aumento de 62% no número de diabéticos na América do Sul, passando de 26 milhões em 2017 para 42 milhões.
De acordo com o médico endocrinologista dr. Fernando Spada, a diabetes gera muitas dúvidas na população. “A diabetes é muito comum hoje em dia, e é algo complexo, gera muitas perguntas, geralmente as pessoas não sabem o que fazem, então é importante ter dúvidas, porque aí vão aprendendo.”
Há mais que um tipo da doença e está relacionada com aumento de glicose no sangue. Na diabetes tipo 1, há pouca ou não há produção de insulina e acomete principalmente crianças e adolescentes, além de exigir injeções diárias de insulina. No tipo 2, há resistência das células quanto à ação da insulina e geralmente atinge pessoas acima dos 40 anos.
Fernando diz que é comum os dois tipos de diabetes em crianças. “Geralmente [em crianças] é tipo 1, que está ligada à genética, mas também vem crescendo o tipo 2, que está relacionado a má alimentação, obesidade, passa muito tempo parada, tem uma dieta ruim.”
Sintomas mascarados
O médico afirma que os sintomas demoram a se manifestar. “Os sintomas podem ser bastante variados, mas geralmente, quando aparecem, é porque está mais avançado, a glicose já vai estar mais alta. Alguns sintomas que dá pra perceber, no caso das crianças, ela começa a urinar mais, começa tomar mais líquido, acorda mais vezes à noite, começa a perder peso mesmo comendo normal. Mas são
sintomas que aparecem bem depois”, diz Fernando Spada.
É bom ficar atento a fome excessiva, sede excessiva, alteração visual, emagrecimento, mudanças de humor, vontade frequente de urinar, formigamento nos pés, dentre outros. “Algumas vezes, ela não vem sozinha. As diabetes podem trazer complicações para outras doenças. Quem tem diabetes descontrolada, tem risco de problemas no coração, no olho, nos rins, pressão alta, pode piorar doenças e pode trazer também. Então, é sempre importante ter exames em dia”, ressalta o endocrinologista.
Vida saudável
Para quem tem a doença, é de suma importância manter uma alimentação balanceada, inclusive é pauta do Ministério da Saúde a redução de sal e açúcar nos alimentos. “É uma tentativa positiva, a gente tem um problema com a conscientização da população pela questão da má alimentação. São campanhas que podem ajudar, quanto mais a gente estimular a população, menos diabetes tipo 2 nós teremos”, completa Fernando Spada.
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Troca de informações sobre a diabetes, em Beltrão
O Núcleo de Diabetes de Francisco Beltrão teve início há 11 anos, idealizado pelo casal Gilmar Kupkowski e Sônia Maria Thomazoni Kupkowski, pais de uma criança com diabetes tipo 1 (insulinodependente). Devido à difícil luta diária, resolveram buscar informações e trocar experiências com outras pessoas. Hoje, o núcleo conta com familiares e portadores das diabetes tipo 1 e 2, além de diversos apoiadores, como médicos, psicólogos, farmacêuticos, nutricionistas, dentistas, podólogas e voluntários. As reuniões acontecem na primeira terça-feira de cada mês, às 19h15, na Escola Municipal Bom Pastor. Nos encontros, sempre há palestras e conversas sobre o tema.