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Francisco Beltrão
segunda-feira, 30 de junho de 2025

Edição 8.235

28/06/2025

Em Beltrão, seringas e agulhas descartadas no lixo reciclável preocupam cooperativa de catadores

Material provavelmente é utilizado para aplicação de insulina; Prefeitura reforça que este tipo de produto deve ser destinado às UBSs.

Centenas de seringas e agulhas vêm sendo descartadas junto ao lixo comum, um risco para os trabalhadores da reciclagem. Foto: Leandro Czerniaski/JdeB

Uma trabalhadora que realiza a separação de materiais recicláveis, na sede da Marcop, chegou a ter a pele perfurada por uma seringa há algumas semanas. Camuflado entre outros materiais, a agulha nem deveria ter chegado à esteira de triagem, mas não é que o vem acontecendo: nos últimos dois meses, centenas de agulhas e seringas foram encontradas em meio ao lixo reciclável.

“É um risco muito grande e mesmo com luva e proteção a agulha pode perfurar a mão e até transmitir doenças, tanto de quem tá aqui na esteira como quem tá no caminhão recolhendo e compactando o material”, conta a secretária executiva da Cooperativa Marrecas (Marcop), Lurdes Heckler. A cooperativa funciona num barracão próximo ao Detran e coleta cerca de 90 toneladas de materiais por mês nas residências e empresas de Francisco Beltrão. 

A maior preocupação com as agulhas e seringas descartadas de forma irregular é o risco de transmissão de doenças. Pela quantidade de produtos semelhantes, acredita-se que os materiais que chegaram à Marcop são utilizados por diabéticos, para aplicação de insulina. “Tudo isso veio de residências, não é lixo de farmácia ou hospital”, afirma o presidente da cooperativa, João Maria das Neves. 

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Outros produtos descartados de forma incorreta também preocupam os diretores da Marcop, como o vidro quebrado embalado incorretamente, aparelhos eletrônicos e até lixo orgânico. De todo material que chega à cooperativa, por exemplo, cerca de 40% é aproveitado após a separação. 

Destinação correta
A Secretaria de Saúde de Francisco Beltrão orienta que agulhas e seringas devem ser descartadas de forma correta. Em estabelecimentos de saúde esses rejeitos são enviados a empresas especializadas. Mas e quando a aplicação de algum injetável é realizada em casa? “Nossa orientação é de que os pacientes que são diabéticos e que pegam insulina nas unidades de saúde acondicionem as agulhas e seringas em um recipiente rígido, como uma garrafa pet, e levem esse material à unidade de saúde, para que seja descartado de forma correta”, informa o diretor de Saúde, Fernando Pauli. 

Em Capanema, dois casos de ferimentos em garis
Desde a semana passada, dois coletores de lixo de Capanema já se feriram com cacos de vidro mal acondicionados pelos moradores. Na situação mais recente, o profissional da empresa terceirizada pelo município sofreu um corte no braço, teve que ser encaminhado para atendimento médico e agora se recupera.

“No caso desta manhã haviam vidros quebrados misturados ao material não reciclável. Na semana passada foi outro funcionário que também se machucou em caso bastante semelhante”, diz nota divulgada pela Prefeitura no Facebook.

Segundo o governo municipal, esse tipo de situação é recorrente entre os garis e nem mesmo os EPIs evitam alguns dos acidentes. A recomendação, é que o vidro seja embalado em caixa de papel ou um recipiente mais rígido e devidamente identificado.

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