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Francisco Beltrão
quinta-feira, 19 de junho de 2025

Edição 8.229

20/06/2025

Mulher que foi adotada por família quando era pequena quer conhecer pais biológicos

Ela considera um direito seu buscar informações. E pede a Deus que lhe mostre a verdade.

Junior Silveira e Cristiane Nunes residem em Itajaí (SC).

Cristiane Júnior Nunes, de Itajaí (SC), nasceu em Renascença em setembro de 1979 e foi adotada pelo casal Aparecida de Fátima Mendes Nunes e Manuel Cordeiro Nunes – ele era gerente da agência do Banco Bandeirantes –, muito conhecido e influente na comunidade. Eles tiveram os filhos biológicos Júlio César Mendes Nunes, Waldemir Mendes Nunes (em memória) e Rita de Cassia Mendes Nunes e adotaram Cristiane Nunes.

Em seu relato, Cristiane afirma que foi registrada no Cartório Civil Buzzacaro, de Renascença. Ela morou durante anos em Presidente Wenceslau (SP), casou e tem duas filhas. Há cinco meses, mudou-se com a família para Itajaí (SC), onde trabalha como operadora de caixa em um posto de combustível.

O sonho de Cristiane é encontrar sua mãe biológica ou seus familiares que residiriam em Renascença. Ela fez um relato sobre a sua história. “Eu tenho um aperto no meu coração em relação a isso. Eu procurei páginas no Facebook e infelizmente são sempre os filhos que procuram as mães”, diz a operadora de caixa. Leia o relato da Cristiane:

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“Por muito tempo eu quis tomar a iniciativa de procurar a minha família biológica. Mesmo não sabendo, não tendo nenhum ponto de partida. Eu não sei nada, não tenho nome de mãe, não tenho nome ou sobrenome de qualquer parente. O que eu sei é que no ano de 1979, no mês de setembro, não dá pra saber a data exata, a minha mãe que me criou recebeu um telefonema anônimo, de que tinha uma criança num campo da aviação em Renascença e que estava abandonada. Ela foi lá com uma amiga que trabalhava com ela numa instituição de caridade. O pai que me criou era o gerente do Banco Bandeirantes naquela época.

A minha mãe de criação foi ao campo de aviação, mas não me encontrou. Até então, me falaram que ela tinha ido com a minha madrinha, que era amiga dela [da mãe de criação]. É a dona Iolanda Caovilla, e o meu padrinho já falecido é o Luiz Caovilla [era servidor público da Prefeitura]. O Luiz Caovilla era amigo do meu pai e a Iolanda, amiga da minha mãe.
A minha mãe que me criou ligou pro meu pai. Ele [meu padrinho] foi com o meu pai e voltaram comigo. A minha mãe dizia que me levou numa pediatra e que pela cicatrização do cordão umbilical e do umbigo, pelo tamanho e peso, eles jogaram aproximadamente alguns dias pra que caísse numa data de aniversário. Como era uma cidade pequena, chamaram pessoas conhecidas de testemunha e eu fui registrada como seu eu fosse filha biológica.

Quarta filha do casal
Até tem a averbação na minha certidão de nascimento que eu sou a quarta filha, por ordem de nascimento. Mas eu não sou. Quando eu tinha sete pra oito anos, a minha vó paterna me disse que eu era filha adotiva, mas que os meus pais adotivos não sabiam quem eram os meus pais biológicos, não tinham nenhum indício de que eu tivesse parentes e que alguma mulher me abandonou. Eu já não tenho mais a minha mãe do coração e o meu pai do coração desde 2004.

Minha mãe [biológica] pode ter tido eu ainda jovem e pode ser que ainda esteja viva, tenha seguido a vida dela, mas nunca me procurou, nunca procurou aquela família que me adotou pra eu saber. Mas acho que é um direito meu. Não que isso vá mudar nada em relação à minha família que me criou e me deu amor. Por curiosidade, pra tentar entender o motivo, se é que há algum motivo de uma mãe abandonar um filho, seja na pior situação que ela esteja. Eu peço a Deus que me mostre a verdade, pode ser que eu tenha uma família, eu tenha irmãos.”
Serviço
Os contatos podem ser feitos com o repórter Flávio Pedron, no Jornal de Beltrão. Fone 46- 98822-6906.

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