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Francisco Beltrão
segunda-feira, 30 de junho de 2025

Edição 8.235

28/06/2025

Maurício Louzada: ”proximidade da morte me ensinou o valor da vida”

Palestrante e mais quatro amigos ficaram presos em uma caverna por 44 horas em São Paulo. Hoje, ele usa sua história de superação em palestras motivacionais.

Maurício Louzada em palestra promovida pela Unimed de Francisco Beltrão. 

Fotos: Niomar Pereira

Maurício Louzada encantou o público na noite de sexta-feira, 28, com sua palestra “Pra Valer – Lições reais de sobrevivência aplicadas à vida”, no teatro Unisep. O evento foi promovido pela Unimed Francisco Beltrão e fez parte da programação de 30 anos de atividades da cooperativa no município.

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Louzada é um dos palestrantes mais requisitados do País. Deve fechar este ano com aproximadamente 350 palestras no Brasil e no exterior. Na quinta-feira palestrou no Rio de Janeiro, na sexta em Francisco Beltrão e no sábado se apresentaria em Florianópolis.

Maurício e mais quatro amigos ficaram presos numa caverna – que tem oito km de desenvolvimento, um verdadeiro labirinto –, por 44 horas, no Vale do Ribeira, região do sul do Estado de São Paulo, em 10 de maio de 1998. Enquanto conta sua história de superação, ele faz brincadeiras com o público e provoca reflexões importantes. “Só quando temos a sensação de morte iminente é que entendemos o verdadeiro valor da vida”, costuma falar.

Segundo ele, depois de seis anos praticando espeleologia — exploração de cavernas —, o grupo de amigos pediu autorização para visitar um dos mais belos salões de estalactites do mundo. “Como não éramos qualificados, a direção do parque onde a caverna está jurisdicionada negou nosso acesso. Veio então a desastrosa decisão de acessar a caverna sem autorização, tomando todos os cuidados para que ninguém nos visse nem soubesse onde estávamos. Quando estávamos prontos para retornar, encontramos uma nova passagem, que levava a uma área desconhecida da caverna. É claro que não perderíamos a oportunidade de explorá-la.” Foi aí que o grupo se perdeu, com poucos suprimentos, cansados e a iluminação acabando. “Quando estávamos havia mais de 36 horas na escuridão, deparamos com uma passagem que nos levava ao leito do rio. Nossa estratégia era seguir o fluxo d’agua pra sair na boca da caverna, só que quando a gente entrou na água não sabia que logo à frente tem um trecho sifonado em que a água encostava no teto e não tinha ar pra respirar. Tivemos que mergulhar nesse túnel. À medida que nadava, eu me convencia de que aquele túnel não tinha fim. De repente percebi que estava longo demais, que talvez eu tivesse ido para o lado errado. Esse pensamento me fez sentir a morte iminente, e meu corpo, por reflexo, expirou todo o ar. Foi então que percebi o verdadeiro valor da vida.”

 

Assumir o protagonismo

Depois do episódio, Maurício começou a compartilhar sua história com o público por meio de palestras e entrevistas em meios de comunicação. “A gente não pode controlar o que acontece com a gente, mas sim a forma como a gente reage. Muitas pessoas ficam se vitimizando, dizendo ‘puxa porque que isso está acontecendo comigo’ e tem outras pessoas que diante das diversidades assumem o protagonismo e vão em frente para resolver.”

Segundo ele, uma das principais dificuldades das pessoas atualmente é saber aproveitar o tempo. “O recurso mais escasso que existe não é o tempo, é ausência de presente. As pessoas gostariam de ter mais tempo, mas quando elas têm ficam no celular, numa televisão. Então, isso se chama ausência de presente. As pessoas não conseguem viver o momento presente, estão sempre pensando o que vai acontecer depois ou o que aconteceu antes, ou o que está acontecendo em outro lugar.”

Louzada interagiu bastante com o público durante sua palestra na Unisep.

 

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