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no Formosa Craft Beer,do sommelier Rafael Duarte, que agora vai inscrever a receita
no Concurso Brasileiro de Cervejas em Blumenau (SC).
Quase 100% do lúpulo utilizado para produzir cerveja no Brasil vem de outros países. Muitos ainda dizem que o Brasil não tem clima favorável para a produção desse ingrediente tão importante para cerveja, um dos produtos mais consumidos pelos brasileiros. Mas o engenheiro agrônomo beltronense Laurês Francisco Cieslik já provou que isso não é verdade. Em 2018 ele colheu no quintal de sua casa a primeira safra de lúpulo do Sudoeste, que agora já é chamado de Velho Oeste & Posseiro.
No último domingo, Laurês e seu irmão Diego Cieslik, junto com seus sócios Valdir Trevisol e Bruno Maia, colheram em Anchieta (SC) uma quantidade de 80 quilos de lúpulo.
“Como a gente não tem extensão de terra aqui, buscamos mais espaço com nossos sócios de Anchieta. Mas eu faço sempre meus experimentos no quintal da minha casa, avaliando os melhores manejos e as cultivares com maior potencial produtivo e de qualidade de cones (flores).
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Agora os desafios da cadeia produtiva do lúpulo são aprimorar os equipamentos (colheita e beneficiamento) e uma linha de crédito para financiar a produção em escala maior,” enfim a demanda é muito grande, pois além do mercado cervejeiro ainda podemos usar o lúpulo na indústria cosmética e farmacêutica”, comenta Laurês, que fez um curso de cervejeiro em 2016 e isso o fez pensar porque o Brasil não produzia lúpulo até então.
Agora o Lúpulo Velho Oeste & Posseiro fez uma parceria com o Formosa Craft Beer, do sommelier beltronense Rafael Duarte, que já ganhou vários prêmios nacionais e internacionais de cervejeiros devido à sua criatividade e conhecimento. Dentro de 30 dias deve sair do forno a receita, que já tem nome: Fresh Mind, que da tradução significa “Cuca Fresca”. “Fazendo alusão a uma expressão usada por aqui e que quer dizer “Pessoa que tem boa cabeça, que normalmente demonstra um bom estado de espírito, que tem espírito saudável, comportamento equilibrado e conciliador”, além do Fresh ter relação com o lúpulo fresco usado na cerveja”, diz o sommelier Rafael Duarte, que está produzindo apenas 500 litros dessa cerveja nesta safra.
“Parte desse lúpulo já foi e será usado em receitas de cervejas que levam lúpulos frescos, as chamadas Harvest, denominação dada à cerveja quando é usado lúpulo logo após a colheita, fresco, sem passar por nenhum processo industrial. E o restante vai ser seco e embalado a vácuo pra depois ser peletizado (processo em que a flor do lúpulo desidratada é moída e prensada formando pellets)”, acrescenta Laurês.
Receita no concurso
Agora o lúpulo Velho Oeste & Posseiro está na tina com os demais ingredientes escolhidos por Rafael Duarte, que já inscreveu a receita no Concurso Brasileiro de Cervejas de Blumenau (SC), o maior do Brasil, que vai acontecer de 7 a 9 de março. “Eu nem sei como vai ser o produto final, mas já garanti a inscrição, que encerrou no dia 20 de janeiro. Mas acredito muito na qualidade da cerveja, pois o lúpulo é fresquinho, isso dá muita qualidade para a receita”, complementa Rafael.
Agricultura familiar
Laurês acredita que o lúpulo vai ser uma ótima opção também para nossos agricultores (85% deles familiares): “Sabemos que temos muita coisa a fazer e melhorar, mas após esses quase quatro anos de contato com essa planta magnífica, fico muito satisfeito com os resultados. Hoje posso garantir que o lúpulo brasileiro é uma realidade, tenho certeza que vai ajudar muito o agro, principalmente nossa agricultura familiar. As plantas demonstram alto potencial produtivo, se mostram saudáveis (não fizemos uso de agroquímicos) e obtivemos ótimos resultados nas análises”, afirma o engenheiro agrônomo.