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Francisco Beltrão
domingo, 01 de junho de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Mudança de horário das necrópsias pode atrasar liberação de corpos no IML

Os corpos que chegarem depois das 14h só serão necropsiados no dia seguinte.

Dr. Irno Azzolini, diretor do IML de Francisco Beltrão.

Uma determinação da Polícia Científica do Paraná mudou os horários de atendimento do Instituto Médico Legal (IML). A alteração terá impacto direto no tempo de liberação dos corpos para os familiares. Antes os exames necroscópicos, na Unidade de Francisco Beltrão, eram feitos até meia-noite. Agora, as necrópsias só podem ser feitas das 8h às 20h. Contudo, como a legislação brasileira determina que a autópsia só pode ser feita pelo menos seis horas depois do óbito, os corpos que chegarem depois das 14h só serão necropsiados no dia seguinte. A nova norma passou a vigorar no dia 27 de janeiro deste ano.

Como era feito até então
Havia uma normativa para que as necrópsias fossem feitas até as 22h. Mas segundo o médico Irno Azzolini, diretor do IML de Francisco Beltrão, por uma iniciativa da equipe local, os exames estavam sendo feitos até meia-noite para agilizar a liberação dos cadáveres e atender com mais celeridade as demandas legais e os familiares. Era uma iniciativa dos profissionais sem onerar o Estado.

Defasagem de equipe
A Policia Científica ( IML e Criminalística ) tem uma defasagem aproximada de 70% no quadro de funcionários. Em Francisco Beltrão, a equipe é composta por cinco médicos, dois auxiliares de necrópsia, um motorista, dois auxiliares administrativos e um auxiliar de limpeza. O ideal é que tivessem pelo menos mais três motoristas e dois auxiliares de necrópsia. Nos últimos concursos, muitas pessoas nomeadas desistiram da função ou pediram transferência para outras localidades. “Com cinco médicos conseguimos atender a demanda, pois no passado éramos apenas em dois. Além disso, a escala é organizada de tal forma que o médico não precise ficar o tempo todo aqui dentro sem, no entanto, deixar de prestar o atendimento aqui no IML”, comenta dr. Irno.

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Estrutura precária
O prédio do IML de Francisco Beltrão abrigava no passado a antiga sede do Detran. Foi adaptado para o serviço ser prestado, mas deixa a desejar em muitos quesitos. As salas não estão equipadas com ar condicionado e não há alojamento para os funcionários que precisam tirar plantão. “Há servidores que vêm de outras localidades para cá fazer plantão e precisam passar a noite. Dormem no chão ali no consultório”, relata o diretor do IML.

Trabalho de grande responsabilidade
O IML de Francisco Beltrão faz uma média de 2.500 perícias por ano. Só em janeiro foram necropsiados 26 corpos, quase um por dia. “O trabalho do IML é de grande responsabilidade, um laudo feito aqui pode tirar ou colocar uma pessoa na cadeia. Por isso, deveria merecer a atenção devida por parte do Governo.”

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