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Francisco Beltrão
segunda-feira, 09 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

Economia crescerá mais de 2% se reformas forem aprovadas, diz ministro Paulo Guedes

Geral

A economia brasileira crescerá mais de 2% em 2020 se as reformas propostas pelo governo forem aprovadas, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo ele, o coronavírus terá pouco impacto sobre o país porque a economia brasileira é fechada em relação às economias do resto do mundo.

Paulo Guedes disse que a economia está esperando as reformas para que a recuperação se acelere. “À medida que as reformas forem acontecendo, que elas forem sendo implementadas, o Brasil vai reacelerando. Então está tudo dentro do previsto. Não entendi essa comoção toda! Ah, deu 1,1%, por que isso é desesperado? É 1% o que a gente achou que ia crescer no primeiro ano”, acrescentou.

“No segundo ano de governo, acho que crescemos acima de 2%, mesmo com o coronavírus. O Brasil teve até agora dois casos confirmados [o número subiu para três ontem]. É uma economia que esteve relativamente fechada todos esses anos”, declarou Guedes, ao sair do Ministério da Economia para cerimônia no Palácio do Planalto.

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Para o ministro, do mesmo jeito que o Brasil beneficiou-se pouco do crescimento mundial nas últimas décadas, o fechamento da economia diminui o impacto do coronavírus sobre o país.

“Quando o mundo todo estava crescendo, ser uma economia aberta e integrada era uma grande vantagem. Se nós não pegamos o vento a favor, agora o vento contra tem um impacto menor na economia brasileira. Se nossa economia fosse extraordinariamente aberta, o impacto seria muito maior”, disse o ministro.

Guedes também disse que o crescimento de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) em 2019 não surpreendeu. O ministro enfatizou que o resultado está próximo ao que ele previa no início do governo.

Embora o PIB tenha registrado crescimento de 1,1% em 2019, a terceira alta consecutiva, o percentual ficou abaixo de 2017 e 2018, quando ficou em 1,3%, depois de dois anos de quedas em 2015 (3,5%) e 2016 (3,3%). Mesmo com o crescimento dos últimos três anos, a economia brasileira ainda não recuperou o pico pós-crise econômica, que foi no primeiro trimestre de 2014.

 

Consumo das famílias
A economia brasileira nos últimos três anos permanece ancorada na demanda interna, principalmente no consumo das famílias. A avaliação é da coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Renata Palis. Em 2019, a demanda interna cresceu 1,7%, enquanto o PIB fechou o ano passado com crescimento de 1,1%.

Do crescimento total da demanda interna, 1,2% se refere ao consumo das famílias. Já o setor externo contribuiu negativamente com 0,5% em consequência da queda de 2,5% das exportações e bens e serviços.

Para a coordenadora, o consumo das famílias, que em 2019 subiu 1,8%, é o grande motor da economia, porque representa 65% na composição do PIB. Segundo ela, o que ocorre na economia é extremamente relacionado ao desempenho do consumo das famílias. De acordo Renata, o terceiro ano seguido de alta no consumo das famílias tem muito a ver com a recuperação do mercado de trabalho, apesar dela ser ancorada pela informalidade. Renata destacou ainda outros fatores que influenciaram o resultado de 2019.

Selic
“Ano passado teve ainda a queda da Selic, a inflação ficou mais ou menos no mesmo patamar de 2018, porque sofreu um repique no final do ano. Teve ainda a liberação do FGTS, apesar de que parte desses recursos não foi direcionada ao consumo das famílias e sim para abater dívida e o crédito, principalmente, direcionado às pessoas físicas favorecendo o consumo das famílias e a construção”, disse.

 

 

“O que eu havia dito?”
“O que eu havia dito no início do governo? No primeiro ano, vamos crescer 1%. Saiu 1,1%. Então está dentro do previsto. No segundo ano, conseguindo as reformas, vamos crescer acima de 2%. Se vocês pegarem o segundo semestre, foi o melhor segundo semestre desde 2013. Se vocês pegarem o último trimestre do ano passado sobre o trimestre do ano anterior, já está alcançando 1,7%”, acrescentou.

O ministro ressaltou que, apesar de o crescimento do PIB em 2019 ter sido menor que o dos dois anos anteriores, a economia brasileira está se acelerando e apresentando sinais de recuperação. Ele ressaltou que o segundo semestre apresentou o melhor crescimento em relação ao mesmo semestre do ano anterior desde 2013 e disse não ter entendido a “comoção” em torno do resultado de 1,1% divulgado pelo IBGE.

“A economia estava crescendo abaixo de 1%, acelerou no primeiro trimestre para 1%, no segundo trimestre para 1,3%. No último trimestre, estava crescendo a 1,7%, jogado sobre o mesmo período do ano anterior”, disse.

 

Conjuntura diferente
Conforme a coordenadora das Contas Nacionais do IBGE, Renata Palis, a variação um pouco abaixo em 2019 na comparação com os dois anos anteriores pode ser explicada pela conjuntura diferente de 2018, quando a indústria de transformação e as exportações cresceram, mas no ano passado sofreram influência da baixa da demanda mundial, principalmente, pela crise da Argentina, principal parceiro comercial dos produtos industrializados do Brasil. “Isso prejudicou a indústria de transformação, que ficou praticamente estável no ano passado, contra um crescimento de 2018, mas por outro lado, isso afetou outros serviços também. A indústria de transformação afeta diretamente o transporte, especialmente, o de carga e o comércio. Essas duas atividades econômicas, que pesam muito dentro dos serviços, que correspondem mais ou menos por ¾ da economia brasileira como um todo, também foram afetados por esse problema de desaquecimento da demanda mundial”, disse, acrescentando, que, em 2018, as exportações tinham crescido 4% em volume e caíram 2,5% em 2019.

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