Atividade não parou, mas preocupação é com uma eventual retração na demanda e no preço.
Restrição de entrada de pessoas nas propriedades, aumento nos cuidados com a higiene e o isolamento são algumas das medidas que passaram a fazer parte da realidade de produtores de leite de Francisco Beltrão para conter a proliferação do coronavírus. O aumento da precaução visa manter a produção normalizada neste período de pandemia, no entanto, a incerteza quanto aos efeitos da Covid-19 preocupa quem está na atividade.
“Hoje o preço pago pro produtor tá dando margem pra trabalhar, mas aí entra a seguinte questão: se o preço aumentar pro consumidor, as pessoas vão optar por outras fontes de proteína, a demanda vai reduzir o preço pra nós também, o que vai inviabilizar a atividade pra muita gente”, pondera o produtor Maurício Dolinski, referindo -se a um áudio que circulou em redes sociais no início da semana sobre uma eventual alta nos preços repassados por laticínios aos supermercados catarinenses.
Outros produtores já foram comunicados pelos laticínios sobre a possibilidade de haver retração na produção e também no preço. No caso de Maciel Comunello, este cenário vai na contramão da realidade da atividade, com custos cada vez maiores. “Nossa produção aqui está normalizada neste período, mas ainda estamos buscando entender melhor toda essa situação de perspectiva de baixa nos preços”, comenta. Ele recebe cerca de R$ 1,50 por litro.
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Ontem, os preços praticados por supermercados de Francisco Beltrão não tinham sofrido muita alteração em relação às semanas anteriores: nas duas maiores redes da cidade, o litro do leite integral estava custando entre R$ 3,19 e R$ 3,29. O JdeB tentou falar com o representante regional do sindicato que representa os laticínios, mas não conseguiu contato.
