A flexibilidade para cumprir as atividades é uma questão positiva.

Júlia Cordeiro de Carvalho, estudante do 2º ano do Colégio Estadual Mário de Andrade (Cema), aponta alguns prós e contras das aulas on-line.
É tudo mais complexo, acontecem equívocos, mas é melhor que não ter aula.
Os alunos consultados apontam muitas dificuldades, mas entendem que é o que está disponível no momento. “Óbvio que não é a mesma coisa que ter um professor para tirar as dúvidas a qualquer momento, mas é melhor que não ter aula. No começo, eu não achei muito bom, mas depois consegui me adaptar. Algumas matérias são mais fáceis de entender, mas os conteúdos de exatas, principalmente, são mais difíceis, porque é tudo mais complexo. Por ser on-line, às vezes acontecem alguns equívocos, mas nada que não possa ser resolvido”, comenta Júlia Cordeiro de Carvalho, estudante do 2º ano do Colégio Estadual Mário de Andrade (Cema).
Sua colega de classe Amanda Menegassi aponta os mesmos obstáculos, mas vê como positiva a flexibilidade de poder fazer as atividades em qualquer horário. “Por mais que seja uma coisa nova e todo mundo tenha que se adaptar, eu acho que é uma boa oportunidade pra gente não se atrasar tanto. Se esse passo não tivesse sido tomado, com certeza o prejuízo ia ser muito maior”, diz Murilo Fabris, do 3º ano do Colégio Suplicy.
Sérgio Mussulini, seu colega de classe, é menos otimista; ele questiona a qualidade das aulas nas plataformas digitais e na TV, tanto pela produção dos vídeos quanto pela participação dos professores, “que não estavam preparados para essa nova ferramenta de ensino”. Sérgio declara: “A falta de qualidade das transmissões afeta muito nossa compreensão, porque muitas vezes não conseguimos ver o que está escrito na lousa. E o conteúdo está confuso com relação ao que a gente estava vendo”.
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Preocupação com Enem
Marcos Witeck, de Cruzeiro do Iguaçu, é professor aposentado e está acompanhando o filho Mateus, 16, que é estudante do 3º ano do Ensino Médio, nas aulas remotas. Mateus fará Enem este ano. Ele participa pelo 3º ano consecutivo de um curso de iniciação científica a partir da Obmep (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas) e conta com uma bolsa de estudo do CNPQ. Além disso, faz um curso preparatório para ingresso no ITA; para dar conta do recado, acorda todos dias às 5 horas.
Marcos tem muitos questionamentos: “Que avaliação fazer? Que rendimento escolar? Um ‘bombardeio’ de exercícios, textos, com mínima explicação. Será que todo aluno da rede pública do Paraná teve pleno acesso às modalidades EaD? Como saber se realmente é o aluno devidamente matriculado a fazer as aulas?”
