Tecnologia idealizada pela Pacer, de Mariópolis, deve estar presente em 18 aeroportos do País até o fim do ano.

Os passageiros chamados vão para a fila de acordo com a localização no assento do avião, de modo a preencher a aeronave de trás para a frente.
A tecnologia foi desenvolvida pela Pacer, de Mariópolis, e deve estar presente em 18 aeroportos do País até o fim do ano.
O Aeroporto Afonso Pena (São José dos Pinhais) foi o primeiro a receber um novo modelo de embarque implementado pela Azul Linhas Aéreas, no fim de maio. A entrada nos aviões é organizada de acordo com a localização do assento de cada passageiro, de forma a evitar filas e a demora até que todos se acomodem dentro da aeronave. Monitores exibem a vez de cada passageiro embarcar e a “fila anda” através de projeções no chão.
O idealizador desse sistema é o desenvolvedor Ricardo Pocai, de Clevelândia, proprietário da Pacer, sediada em Mariópolis. A ideia veio da constatação da demora e desconforto em acomodar todo mundo dentro das aeronaves ao longo de várias viagens. Depois de sete meses desenvolvendo a plataforma, ele a batizou de Pacer Wavemaker, testou um modelo no Afonso Pena e chamou atenção da Azul, que fechou um contrato de exclusividade para o produto. Na companhia aérea, a tecnologia se chama Tapete Azul.
O sistema usa um método que faz o embarque de trás para frente, separando por janela, meio e corredor. “Este sistema de embarque cria, individualmente para cada voo, a melhor sequência para o acesso dos passageiros à aeronave através da organização desses passageiros na área de embarque por meio do ‘tapete’ projetado e da execução dos algorítmos do embarque em ‘ondas’, tecnologia esta que patenteamos e que é inédita no mundo”, comenta Pocai. Para o sistema funcionar, em cada portão precisa ser instalado um kit de 12 projetores, quatro câmeras e dois telões.
Cada passageiro deve observar o momento que seu assento é informado para o embarque. “Esse processamento em ondas não cria gargalos, diminuindo aqueles problemas comuns de falta de espaço nos corredores, de acomodação da bagagem de mão e o incômodo do senta e levanta até que todos se acomodem”, detalha o gerente de Projetos Especiais da Azul, Giuliano Podalka.
Agilidade no embarque
O Tapete Azul foi desenvolvido antes da pandemia e, neste período de novas medidas para evitar o contágio, está ajudando a manter o distanciamento, pois foi reprogramado para que os passageiros fiquem mais distantes uns dos outros nas filas. Mesmo assim, nestas primeiras semanas, o sistema já reduziu em 25% o tempo médio do embarque. Até o final do ano, a tecnologia deve estar presente em 100 portões da companhia, cobrindo 70% dos voos domésticos da Azul e contribuindo para que as decolagens não atrasem devido às filas.
Avanços
Ricardo agora trabalha para aperfeiçoar o sistema, incluindo a validação de passageiros no momento do embarque, novas metodologias de reconhecimento e outras iniciativas que darão ainda mais eficiência ao processo de acomodação na aeronave.
