Pesquisa regional levantou dados sobre o ensino em tempos de pandemia.

Para suprir o ensino durante a pandemia, a Secretaria de Educação e do Esporte (Seed) utiliza transmissões pela internet, que podem ser assistidas por meio do computador ou de aplicativos para celular, e pela televisão aberta. Os índices de participação nas aulas virtuais, na área de abrangência do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Francisco Beltrão foram divulgados na semana passada.
O JdeB questiona: A média de acessos está sendo satisfatória? Qual o grau de adesão? É possível relacionar com o aprendizado? Como estão as tarefas? Os alunos têm maturidade pra essa realidade?
Quem responde é Leandro Daneluz Gonçalves, coordenador pedagógico do Núcleo (NRE) de Beltrão: “A média de acessos é satisfatória, tendo em vista a rapidez com que precisamos agir. Os dados mostram que 60% dos alunos já acessaram o Classroom, que é a sala de aula virtual. Desses, 43% responderam a frequência da última semana, ou seja, já têm uma rotina de estudos mais organizada.”
Segundo Leandro, diariamente, professores, pedagogos e diretores têm buscado ampliar esse número, por meio de intervenções, como mensagens virtuais, ligações e falas em rádios.
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“Sabemos que esse trabalho tem a sua eficácia pois nas últimas quatro semanas tivemos crescimento de uma semana para a outra; mas nosso objetivo é alcançar o maior número possível de acesso e participação por parte dos estudantes. Outro dado que impressiona é a média de acesso dos professores: 99,9% deles postaram recados, instruções e incentivos para suas turmas na última semana.”
Leandro ressalta que esses dados ficam organizados num Boletim de Informações, que é vinculado ao próprio Classroom. Dessa forma, é possível acompanhar diariamente a evolução dos acessos e interações, tanto de alunos quanto de professores. “Além dessa porcentagem de acesso aos meios digitais, muitos alunos têm ido até a escola buscar o material impresso.
De acordo com o levantamento realizado pelas instituições da nossa regional, são 25% que buscam e devolvem esses materiais quinzenalmente, em cronogramas pré-estabelecidos, normalmente no mesmo dia da entrega do kit de merenda. Ou seja, são poucos os estudantes que não têm nenhum acesso à educação formal durante o período de afastamento social, pelo nosso levantamento, 7,5%. Sobre esses casos, estamos em um trabalho conjunto com os conselhos tutelares para realizar a busca ativa dessas crianças e adolescentes.”
A Seed disponibiliza o material com antecedência para o professor da turma, que tem autonomia para utilizar a aula gravada pela Seed ou alterar conforme a necessidade dos seus alunos.
Em cada aula, há um link para registrar a frequência, um vídeo com explicação de um professor e uma lista de exercícios. “Portanto, é totalmente possível relacionar com o aprendizado. As aulas estão efetivamente acontecendo”, destaca Leandro.
Ele comenta que houve o encerramento formal do primeiro trimestre, mas os alunos que ainda têm pendências de atividades podem solicitar ao professor, com uma justificativa, para que o aluno consiga responder. “Não podemos desamparar nem afastar os alunos da escola; pelo contrário, nosso objetivo é aproximá-los cada vez mais.”
Rotina de estudo
Quanto à maturidade, Leandro observa que ninguém estava preparado para este momento, mas foi preciso se adequar. A orientação é que os alunos criem suas rotinas de estudo, “tal qual nós, que estamos trabalhando remotamente, tivemos que recriar”. Muitos deles já tinham essa rotina, mesmo antes da pandemia, e para esses a adaptação foi mais fácil. “Sabemos que, como numa sala de aula física, sempre teremos dificuldades para superar, problemas para resolver e assim buscamos oferecer uma educação pública de qualidade.”