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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

A aprendizagem está acontecendo em períodos de pandemia?

Quem responde é a psicopedagoga Mayara Regina Pereira, em live do NRE de Beltrão.

Paulo Henrique, assistente técnico do NRE, e Mayara Regina Pereira, psicopedagoga, durante live no Dia do Estudante, terça-feira, 11.

Reprodução: YouTube

Para comemorar o Dia do Estudante, em 11 de agosto, o Núcleo Regional de Educação (NRE) de Francisco Beltrão promoveu uma live na manhã de terça-feira. Lurdinha Bertani, chefe do NRE, destaca a importância de abordar questões de aprendizagem principalmente em tempos de pandemia.

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A live teve a participação da psicopedagoga Mayara Regina Pereira. “Não vim trazer nenhuma verdade conclusiva, porque nós estamos aprendendo neste momento, mas eu acho que é o que falávamos antes de tudo isso acontecer. É uma via de mão dupla, a escola, a família, se só um lado fizer a sua parte as coisas não acontecem. Esse momento veio pra comprovar que precisamos nos unir pra que isso passe da melhor forma possível, sem prejuízos para nós e para aprendizagem”, disse a profissional.

Segundo Mayara, a aprendizagem é um conceito que vivenciado diariamente. “Quando buscamos conceituação, o que nos mostra é que a aprendizagem é uma mudança de comportamento, isso acontece desde o nascimento.” Além disso, hoje há os avanços da neurociência que contribuem com o aprendizado ao analisar como o sistema nervoso central age quando recebe uma informação. “Quando acessamos uma informação e ela já existe em nós, recordamos como uma memória. Quando é algo novo, ela se torna uma aprendizagem e isso é o que nós fazemos todos os dias, seja na escola, no trabalho, na família.”

Agora, neste período de pandemia, se aprendizagem é tudo o que nos gera uma mudança de comportamento, será que não está havendo aprendizagem? “A aprendizagem está acontecendo, sim, com o pai, com a mãe, com alguém mais próximo, com o próprio coronavírus, com tudo aquilo que é da nossa vida cotidiana e aquilo que às vezes os pais nem imaginavam que os professores trabalhavam e davam conta em sala de aula e que eles não conseguem.”

Para Mayara, esta fase contribui para mudarmos alguns cenários e olharmos com melhores perspectivas para o futuro. “Que nós possamos nos utilizar deste momento tirando melhor proveito como ferramentas positivas para, daqui adiante, como profissionais de educação, não deixarmos que isso caia no esquecimento. Façamos das dificuldades os impulsionadores de nossas vidas e levar pra nossas experiências o melhor possível.”

E como fica o conteúdo?
Mayara define conteúdo como a lista que o professor tem, que foi estruturada para cada um dos ciclos de escolarização e que ele precisa cumprir ao longo do ano. Mas isso está desencadeando algumas angústias. O conteúdo foi pensado pedagogicamente, porque respeita as fases de desenvolvimento da criança, e didaticamente, porque são as atividades direcionadas para cada nível. Será que os professores estão conseguindo atingir os alunos com os conteúdos? “Isso ainda não dá pra responder, porque não há um medidor, algo que possibilite dizer se este conteúdo está chegando de forma efetiva aos alunos, mas sabemos que este é o objetivo dos professores.”

A psicopedagoga lembra que, no início, alguns alunos estavam contentes por não ter que ir pra escola, mas agora já estão sentindo falta e dizem que é mais fácil com o professor, até porque, dentro do processo de escolarização, o professor é o mediador, faz a transmissão dos conhecimentos de forma didática e pedagogicamente. Além disso, para os professores, a formação continuada segue acontecendo. Sem contar a questão da afetividade entre professor e aluno, que fica difícil com as aulas remotas.

Apesar das dificuldades, os professores estão chegando de outras vias de acesso. “Uma das queixas dos professores é que era difícil chamar a atenção dos alunos. Hoje, percebemos que a sociedade como um todo está reconhecendo a importância da educação. Quando nós voltarmos, nossos alunos, nossos pais e nós, como profissionais, estaremos acreditando em nós mesmos.”

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