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Francisco Beltrão
domingo, 15 de junho de 2025

Edição 8.226

14/06/2025

Lembranças da morte de Getúlio Vargas

Geral

A hoje aposentada professora Idolinda Bianchin Pegoraro, 89 anos, estava no terceiro ano de sua profissão, em Butiazinho, interior de Cacique Doble (RS). De manhã, uma pessoa da comunidade chegou na casa do casal de professores Idolinda e Luiz para avisar que naquele dia não deveria ter aula, porque tinha morrido o presidente da República, Getúlio Vargas.

Idolinda decidiu na hora:

– Não tem aula? Então vou aproveitar pra fazer o vestidinho da Luizinha.

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Ela se referia a sua filha Luizinha, que tinha pouco mais de quatro meses (nasceu dia 16 de abril de 1954) e o tecido era aquele que o marido comprou na cidade, no dia anterior. Quando chegou em casa, o professor Luiz disse “eu comprei um presente para cada um, uma camisa pro mais velho (Ivo, de um ano e quatro meses) com o nome Papai, e essa fazenda pra fazer um vestido pra Luizinha”.

Idolinda ainda lembra que “era um tecido que chamavam de itamine, tinha fundo amarelo com florzinhas vermelhas”.

Idolinda e Luizinha, que neste domingo se encontraram em Francisco Beltrão, lamentam não ter uma foto daquela mãe e aquela garotinha provando seu primeiro vestido. Fosse hoje, no mesmo dia estaria circulando pelas redes sociais, através dos grupos de Whatsapp.

O pai Antonio gostava de Getúlio

Quando se fala de Getúlio Vargas, Idolinda lembra de seu pai Antonio Bianchin, que era carpinteiro e construtor de casas em Vacaria. Uma história que a família guardou aconteceu anos antes da morte do presidente. “O pai era eleitor do Getúlio, gostava dele, tinha os que falavam mal, mas meu pai o defendia e sempre que o Getúlio falava a gente não podia dar um pio.”

Idolinda lembra do dia que Getúlio falava pelo rádio e as crianças faziam barulho. Antonio gritou: “Vão dormir!” De lá um pouco, a filha Marlene, que era a penúltima dos então seis irmãos (Idolinda, Adelmo, Orlando, Orly, Marlene e Eroni, depois nasceu a Evani) apareceu com uma vela acesa.

– Pra que essa vela acesa a essa hora, Marlene?

– O pai disse que é pra ir dormir.

– Mas ainda é de dia!

A filha Luizinha ouve o que a mãe Idolinda lhe conta de 66 anos atrás, do dia que Getúlio morreu. 

 

 

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