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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Pesquisa alerta para impactos na saúde física e mental no home office

Saúde

Há sete meses Marcos*, de 22 anos, começou o home office a pedido da empresa em que estagia. Mas, sem receber algum material de apoio, precisou usar o que tinha para manter o serviço de casa. “Eu comecei na cozinha e depois fui para o meu quarto, onde tenho uma bancadinha”, descreve. “Tentei manter o mesmo padrão de horas trabalhadas, mas por ser home office, tudo é conversado pelo WhastApp e, às vezes, você acaba se preocupando com coisas do trabalho antes mesmo do horário.” Quando a casa se converte em seu local de trabalho, pesquisadores apontam para a necessidades de cuidados extras para que a saúde não seja prejudicada. Marcos disse que até agora conseguiu se manter saudável, mas não nega que há dias de aborrecimento nesses momentos à distância.

Segundo um estudo realizado pelo Centro de Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde da Fundação Getúlio Vargas (FGVSaúde), em parceria com o Institute of Employment Studies (IES) do Reino Unido e com o apoio técnico da empresa Sharecare, 45,63% das pessoas em modalidade de home office apresentaram baixo nível de bem-estar e saúde mental. A pesquisa foi feita com 653 trabalhadores no período de 1º de junho a 30 de agosto e também mostrou que existe uma associação entre sintomas físicos das pessoas em trabalho remoto e estados de humor e vitalidade mais baixos.

Dores físicas
O estudo foi realizado em duas etapas e, na primeira, com 533 respostas coletadas nos meses de junho e julho, as más condições do home office estavam ligadas ao aumento de dores nas costas (58%), no pescoço (75%), fadiga ocular (55%), perda de sono (55%) e dores de cabeça (53%). A grande maioria dos respondentes (87,4%) começou a fazer home office devido à pandemia, mas apenas 15,9% receberam algum tipo de suporte em termos de adaptação da sua casa para o trabalho por parte do empregador. Ainda, 63% dos trabalhadores relataram que não conseguiam se exercitar como faziam anteriormente e 46% trabalhavam mais horas e em horários irregulares.

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Alerta para saúde mental
No segundo relatório, os dados dos respondentes foram cruzados com um questionário da Organização Mundial da Saúde (OMS) e quase metade atingiu o índice que indica baixo nível de bem-estar (quando se recomenda acompanhamento médico). As principais queixas são de preocupação com questões financeiras, ansiedade com a saúde de um membro da família e sensação de isolamento e solidão. Pessoas que moram sozinhas também tiveram índices abaixo do recomendado pela OMS.

*O entrevistado pediu para não ser identificado
Com informações da Agência Bori

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