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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Câncer de pulmão e doença vascular: o que o cigarro tem a ver com isso?

Cirurgião vascular, Dr. Paulo Victor Bezerra e Cirurgião torácico, Dr. Vinícius Antônio Bareta.

O cigarro é hoje a principal causa de mortes evitáveis em todo mundo. O tabagismo ativo e a exposição passiva à fumaça do cigarro estão relacionados ao desenvolvimento de muitas doenças, dentre as quais vários tipos de câncer, como o de pulmão, doenças do aparelho respiratório (enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma, infecções respiratórias) e doenças vasculares (aneurismas, tromboses arteriais e venosas).

Nesse contexto, é o cigarro o principal fator de risco para o câncer de pulmão. Cerca de 80% das mortes por câncer de pulmão são consequência do tabagismo. O risco de câncer de pulmão entre fumantes é cerca de 15 vezes maior do que entre os não fumantes e o fumante passivo (aquele que não fuma e convive com um fumante) também tem um risco aumentado de desenvolver câncer de pulmão.

Além disso, você sabia que o cigarro triplica o risco de se ter uma doença que dificulta a caminhada e aumenta a possibilidade de incidência de gangrena dos membros inferiores?

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Segundo o cirurgião vascular Dr. Paulo Victor Bezerra, isso está relacionado com o adoecimento do sistema circulatório. “Trata-se da Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP), caracterizada pela obstrução dos vasos sanguíneos arteriais, responsáveis por levar o sangue oxigenado do coração para nutrir as extremidades como as pernas”, explica Bezerra.

A DAOP acomete de 10 a 25% da população acima de 55 anos, e aumenta com a idade. Além do fumo, outros fatores de risco para a doença são hipertensão, diabetes, sedentarismo, obesidade, hereditariedade, entre outros. O primeiro sinal de que a circulação das pernas não vai bem é quando o indivíduo sente dores na panturrilha durante uma caminhada e que cessam ao parar, o que é chamado de claudicação intermitente.

O diagnóstico pode ser feito por meio do exame físico realizado pelo médico cirurgião vascular e com o auxílio de exames complementares como o ultrassom com doppler, que avalia o fluxo sanguíneo nas pernas.

O tratamento inicial se dá por meio de medicamentos, cessação dos fatores de risco, como o tabagismo, controle da hipertensão arterial e diabetes e, nos casos em que o paciente apresenta lesões de extremidade, pela realização de angioplastia (que é um procedimento realizado com balões e/ou stent) ou por cirurgia convencional, em que se utiliza a veia safena para substituir o vaso doente.

Prevenção
Quanto à prevenção do câncer de pulmão, caso um nódulo pulmonar suspeito seja identificado, pode ser necessária uma avaliação do cirurgião torácico para definir a melhor forma de prosseguir a investigação diagnóstica.

De acordo com o Dr. Vinícius Antônio Bareta, o tamanho, o formato e a densidade dos nódulos pulmonares são usados para decidir sobre a necessidade de acompanhamento. Caso seja detectado algum nódulo pulmonar suspeito de câncer em fases iniciais, passa a existir a chance de retirada completa da lesão. É importante salientar que a única chance de cura para o câncer de pulmão é a retirada cirúrgica completa do mesmo.

Por se tratar de uma doença silenciosa, todos os pacientes tabagistas de longa data, após uma avaliação com um especialista e a detecção de fatores de risco associados, devem ser submetidos a uma Tomografia Computadorizada de Baixas Doses (TCBD), capaz de detectar alterações pulmonares e cardiovasculares relacionadas ao tabagismo.

A recomendação médica é para que, tanto na prevenção de doenças vasculares quanto pulmonares, o fumante e as pessoas expostas à fumaça do cigarro procurem um profissional habilitado para realizar um correto acompanhamento e evitar complicações.

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