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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Estudantes de Medicina fazem projeto de extensão no interior de Beltrão

Eles têm o acompanhamento de professores e trabalham juntos com outros profissionais de saúde.

Estudantes de Medicina em atividade no interior (imagens feitas antes da pandemia da Covid-19).

Estudantes do curso de Medicina da Unioeste, de Francisco Beltrão, participam do projeto extensão “Interiorização da Saúde Unioeste” nas comunidades rurais. O projeto surgiu a partir da necessidade de se falar em saúde rural na Universidade, além do conteúdo normativo disciplinar.

O projeto é coordenado pelo professor Roberto Yamada e tem o auxílio de mais três alunos: Maria Luisa Kechichian Lucchini, Renato Adiel Hammes Corrêa e Thiago Poss Moreira. “O primeiro contato do projeto com a área rural ocorreu no Distrito de Nova Concórdia, em que os educandos iniciaram a prática do projeto com a comunidade, em conjunto com as equipes de saúde da região”, informa o professor.

Também participam do projeto os docentes nas áreas de Saúde Coletiva, Prática Médica Integrativa, Urologia, além de preceptor no internato e na residência médica, de diversos profissionais ligados ao curso de Nutrição. A ação ainda conta com o apoio de servidores da Secretaria Municipal de Saúde de Francisco Beltrão e da enfermeira da Aldeia de Palmeirinha, de Chopinzinho.

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De acordo com Roberto Yamada, grande parte das atividades são realizadas em parceria com agentes comunitários de Saúde (ACS) e equipes de Enfermagem, a fim de conhecer as demandas da população e das equipes, possibilitando que os acadêmicos contribuam positivamente nessas tarefas.

“Assim, o projeto parte da importância de fortalecer o ensino médico em áreas rurais, visto que os egressos devem ser capazes de, mesmo trabalhando em grandes centros, compreender as especificidades dessa parcela da população que vive em condições rurais, desenvolvendo habilidades clínicas e de comunicação, bem como entender a gestão e organização para atender as comunidades”, acrescenta.

Maria Luisa Kechichian Lucchini, acadêmica do 2º ano de Medicina, também participa do projeto, e diz que “como a faculdade está inserida em uma região cercada por propriedades rurais e atividades relacionadas à agricultura, surgiu a ideia de levarmos a comunidade acadêmica para um contato direto com essas regiões, verificando como é o funcionamento dos serviços públicos de saúde e como nós, acadêmicos, poderíamos ser úteis e ativos na comunidade. Acredito que é muito importante que a população tenha contato com a estrutura acadêmica, tendo um espaço de troca de conhecimentos e de acompanhamento além dos termos técnicos”.

Conhecendo a realidade
O projeto visa inserir o acadêmico em regiões rurais, a partir de ações de educação em saúde e promover contribuições dos educandos na gestão e operacionalização dos serviços assistenciais nessas regiões. Assim, saber os fatores socioeconômicos, laborais e conhecer o território são os objetivos primários para execução da proposta.

O professor também afirma que a ação envolve o diálogo direto com a comunidade, a partir da autorização às visitas e conversas em domicílio, nas quais os ACS’s confirmam consultas, verificam dados sobre vacinação e acolhem as principais demandas em saúde a serem encaminhadas à equipe da Unidade de Saúde. “Nesse sentido, o projeto insere o estudante na realidade das populações rurais o que, por sua vez, expande e qualifica a atuação da Unioeste dentro das comunidades não urbanas”.

Contato direto
Ao proporcionar um contato próximo entre os educandos e os ACS’s, considerando ainda que os profissionais são moradores da região, ficou claro a importância de conhecer com o máximo de detalhes o ambiente em que as pessoas estão inseridas, visto que os agentes, ao conhecerem a realidade de vida da comunidade, percebe determinantes de saúde relevantes para o conhecimento da equipe.

Ao longo do projeto foram realizadas visitas domiciliares com os ACS´s, com a aplicação de questionários para o Sistema Único de Saúde, partindo da Ficha de Investigação de Intoxicação Exógena, com enfoque ao caso dos pesticidas; elaboração de mapas de estratificação e nas visitas de porta a porta, conhecendo o território e dialogando com a população.

Acompanhamento das ACS´s com verificação dos dados sobre vacinação e acolhimento das principais demandas da Unidade de Saúde, envolvendo a participação ativa destes acadêmicos. “Entretanto, com a pandemia da Covid-19 as visitas presenciais foram interrompidas, mas o projeto continuou com atividades acadêmicas a partir de reuniões remotas sobre saúde rural, Webinar, no dia nacional do combate ao fumo e palestras abertas, transmitidas pelo YouTube, sobre Saúde Indígena na região”.

 

Resultados começam a aparecer

Conforme o dr. Roberto Yamada, o primeiro resultado deste projeto consistiu na elaboração de um mapa geográfico com marcações relacionadas à estratificação de riscos coletado pelos ACS’s, o qual facilitaria a organização das suas visitas domiciliares. Assim, a partir de dados obtidos pelo sistema do SUS e de diálogos com os agentes, o mapa foi elaborado e já tem sido utilizado pela equipe.

Os resultados partiram, em maioria, do conhecimento geográfico da área de abrangência da unidade, visto que os ACS´s e as equipes de saúde conhecem o território com propriedade e, consequentemente, entendem as demandas de deslocamento e as condições de trabalho da população que fazem consulta. Depois das três primeiras visitas às unidades do Distrito de Nova Concórdia, os alunos foram comunicados sobre a necessidade da elaboração de um mapa de abrangência.

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