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Francisco Beltrão
sábado, 07 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

Cala-se para sempre uma das vozes mais tradicionais da crônica esportiva do rádio paranaense

Faleceu o radialista Inelci Pedro Matiello, da Rádio Celinauta.

Anos 60: Matiello já atuava como repórter esportivo.

Inelci Pedro Matiello começou precocemente sua carreira no rádio, com apenas 12 anos de idade. Iniciou seu trabalho na então Rádio Colméia, como sonoplasta.

Era tão pequeno que utilizava uma caixa para alcançar os botões da mesa de som e operar os equipamentos de rádio. No rádio fez de tudo um pouco, até especialista em efeitos sonoros, como contrarregra nos tempos de glória das novelas radiofônicas. Contou ao jornalista Ari Lima que, para fazer o efeito de uma cavalgada do mocinho da radionovela, batia dois cocos um no outro simulando o galope.

Cresceu ao lado de outros radialistas que fizeram história no rádio regional, como Ivo Thomazoni, Francisco Ribas e João Gualberto. Cresceu e tornou-se um dos maiores narradores esportivos da história do rádio paranaense.

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Na região é difícil quem não tenha ouvido uma partida de futebol com sua voz forte e vibrante. O “Clássico das Penas”, quando Pato Branco e Beltrão se enfrentavam no campo, eram partidas vibrantes cheias de emoções narradas por Inelci Matielo, que foi agraciado pela Câmara de Vereadores com o “Título de Cidadão Honorário de Pato Branco”. Histórias de Inelci Matiello, testemunha da história do esporte ao longo de 63 anos de locução esportiva.

Viveu grandes histórias do futebol brasileiro, narrou partidas de final de Copa do Mundo, e amistosos como no ano 1965 que lotou o Estádio Frei Gonçalo, na antiga Fespato, entre prefeitos do Sudoeste e padres. “Na época, era algo raro de acontecer, de padres serem vistos em público sem batina”, contou Matiello em uma de suas últimas entrevistas a colegas da Rádio Celinauta.

A propósito, os padres ganharam por 4 a zero.

Gollllllllllll…. Matiello fez golaços na vida, e como ele sempre encerrava seus comentários na Rádio Celinauta, onde viveu toda a sua vida profissional:
“Pelo menos, esta é minha opinião”.

Inelci Pedro Matiello.

Um velho amigo de 43 anos de vida e trabalho

Quando iniciei no rádio, em 1977, na Rádio Pato Branco, o Matiello já era um nome respeitado. Ele comandava a equipe esportiva e levava o microfone da Rádio Celinauta aos mais diferentes pontos do Estado e País. Um ano depois, ele me convidou para ser repórter esportivo. Ali começamos uma trajetória, com muitas viagens e para mim foi um grande aprendizado.

Naquela época, viajávamos de Fusca para acompanhar o Palmeiras, de Pato Branco, pelo Paraná afora. Eram viagens agradáveis, ríamos muito. Em vários momentos, trabalhei com ele, até mesmo depois de residir em Francisco Beltrão. Creio que faz uns dez anos quando ele teve um problema cardíaco, me chamou para transmitir jogos na Rádio Celinauta.

O Matiello sempre foi um exemplo profissional. Muito competente, grande narrador, era muito organizado, responsável e absolutamente correto. A pontualidade era uma de suas marcas. Se marcava pra gente iniciar uma viagem às 4h, da manhã, cinco minutos antes, ele chegava para me apanhar.

Deixa uma legião de amigos e admiradores. Deve estar a estas horas colocando a conversa em dia com seu amigo Frei Policarpo, que partiu um pouco antes. Vai com Deus, Matiello.

Luiz Carlos Bággio, jornalista em Francisco Beltrão.
Trabalhou nas rádios Educadora, Princesa e Onda Sul, fundador do Jornal de Beltrão e é colunista do Jornal de Beltrão.

 

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