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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Ano foi bom para o produtor independente, nem tanto para o integrado

Levantamento dos custos de produção de suínos revela o quadro da atividade no Paraná em 2020.

Granja de produção de suínos em Eneas Marques, um dos municípios com o maior número de animais da região.

Em um ano como 2020, que trouxe novos desafios para a produção e a comercialização das carnes, o levantamento dos custos de produção da suinocultura, realizado pela o Sistema Faep/Senar-PR, tem importância adicional. Ao dimensionar o impacto destas mudanças na atividade produtiva, é possível descobrir oportunidades, vislumbrar o que pode vir pela frente, ou, ao menos, não perder dinheiro pela falta de informação.

“Foi um ano bem atípico, mas, no geral, um ano bom para a suinocultura. Apesar dos custos subindo bastante, o preço [do suíno] acompanhou. O suinocultor vinha bastante descapitalizado. Agora, com esse aumento de receita, esse ganho a mais, o suinocultor vai colocar sua situação financeira em ordem. A grande maioria está fazendo contas, pois vinha de um déficit muito grande na atividade. Esse ano, esses produtores conseguiram amenizar seus compromissos financeiros”, avalia o pato-branquense Reny Gerardi, presidente da Comissão Técnica da Suinocultura da Faep.

Produtores independentes
A rigor, o levantamento de 2020 repete um fato observado em 2019: os produtores independentes melhor aproveitam o bom momento da suinocultura no mercado. Vale lembrar que há dois tipos de relação de produção: produtor no regime de integração (comodato) desenvolve a atividade em parceria com uma agroindústria, que arca com os custos de alimentação e medicamentos, além de garantir a compra da produção por um preço estipulado previamente; e o independente, que desenvolve a atividade por conta, sendo responsável por arcar com os custos da ração, da aquisição de matrizes, e comercializa a produção diretamente no mercado.

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Os dados do levantamento mostraram que os produtores independentes conseguiram, neste ano, cobrir seus “Custos Totais” e aumentar a receita, mesmo diante dos altos preços do milho e da soja, principais insumos da alimentação animal. Do lado dos integrados, a situação não é tão vantajosa. A remuneração paga pelas agroindústrias cobre, quando muito, os “Custos Variáveis” da atividade. Sem recursos para reinvestir, a tendência é que, no médio prazo, esses últimos produtores deixem a atividade.

“Em linhas gerais, o levantamento mostrou que o mercado está bom para os suinocultores independentes, apesar da preocupação com o custo dos grãos para alimentação. No momento, o preço pago pelo suíno está cobrindo esse custo. Dentro da integração, vemos que o aumento no valor praticado no mercado não foi repassado para o valor remunerado dos integrados, da mesma forma que o aumento no custo dos insumos também não impactou as contas desses produtores”, avalia Nicolle Wilsek, técnica do Sistema FAEP/SENAR-PR e responsável por acompanhar a cadeia da suinocultura. “Porém, um fator que impacta fortemente o custo de todos os produtores, independentemente do modelo de produção, são os encargos trabalhistas (salário, insalubridade, EPIs, etc.), agrupamos na denominação ‘Mão de Obra’”, complementa.

 

Estudo regional
O levantamento dos custos de produção da suinocultura percorreu as principais regiões produtoras do Estado (Oeste, Sudoeste e Campos Gerais) realizando painéis com a participação dos suinocultores, em diversas modalidades de produção.

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