Política
A declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que o Brasil “está quebrado”, feita na frente do Palácio Alvorada, terça-feira, 5, teve repercussão nacional – emissoras de rádio, TV, sites e jornais noticiaram o fato que foi gravado por um apoiador.
Bolsonaro culpou a imprensa por potencializar a pandemia do coronavírus. No Brasil, a Covid, provocada pelo coronavírus já provocou a morte de 195 mil pessoas – 135 mil com idades acima de 60 anos – e atingiu mais de sete milhões de pessoas.
Disse que gostaria de corrigir a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), mas não consegue.
O JdeB ouviu o empresário Roberto “Mano” Pécoits, diretor da Gralha Azul Avícola e o professor José Maria Ramos, do curso de Ciências Econômicas da Unioeste sobre a fala do presidente.
José Maria Ramos: “A economia brasileira está quebrada?”
A resposta é simples, não. É o governo que está batendo cabeça e não apresenta planos e estratégias para promover a retomada do crescimento econômico do País.
A economia brasileira já passou por momentos econômicos muito mais graves, como a crise da dívida externa da década de 1980 e a hiperinflação do final dos anos de 1980. Esses tipos de problemas não estão ocorrendo nos dias de hoje. Muito pelo contrário, o Brasil é credor líquido em doláres (Reservas Externas de US$ 356 bilhões); baixas taxas de juros e uma inflação sob controle, apesar da alta de preços de alguns setores, em especial, os alimentos.
O problema atual do governo é a dívida pública, mas está é em moeda corrente, muito mais simples para renegociação com os credores, ou seja, é uma questão de gestão e arranjos da dívida. O que o governo precisa fazer é começar a trabalhar em prol de uma reforma fiscal e programas de investimentos públicos capazes de promover a retomada da economia.”
Cuidado com o que fala
Roberto Pécoits: “O presidente tem que se cuidar com o que ele fala. Falar que o Brasil tá quebrado dá manchete no mundo todo. Ele fala essas coisas e depois pede descupla. O que o presidente deveria fazer é arregaçar as mangas e vamos à luta [para promover uma campanha nacional de vacinação contra a Covid]”.
Pécoits defende que a tabela do Imposto de Renda seja atualizada porque há pelo menos dez anos a Receita Federal não adota a mudança. Com isso, a renda das pessoas aumenta e a tabela vai abrangendo mais contribuintes e suas rendas. Para o empresário, a tabela não é revista possivelmente porque os gastos do governo são maiores que as receitas.
