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Francisco Beltrão
segunda-feira, 02 de junho de 2025

Edição 8.217

03/06/2025

Em cinco anos, mortes no trânsito reduziram mais de 70% em Francisco Beltrão

O Projeto Vida no Trânsito, que tem seu foco na redução das mortes e lesões graves no trânsito, ajudou município a melhorar suas estatísticas.

Francisco Beltrão, maior município do Sudoeste do Paraná, com 93 mil habitantes, conseguiu reverter nos últimos anos um trágico cenário de acidentes fatais no trânsito. Tinha fama de município do Paraná mais violento nas estradas. Em 2016, por exemplo, eram 30,4 mortes no trânsito a cada grupo de 100 mil habitantes; em 2020, este índice caiu para 7,61/100 mil habitantes.

Marilda Galvan, diretora do Departamento Beltronense de Trânsito (Debetran), lembra que quando assumiu o órgão uma das primeiras medidas do município foi aderir ao programa Vida no Trânsito (voltado à redução das mortes e lesões causadas no trânsito), do Ministério da Saúde, para ter acesso a todos os indicadores possíveis e começar a traçar metas para reduzir os acidentes não só no perímetro urbano, mas também nas rodovias.

Em 2016, foram 25 mortes no trânsito em Francisco Beltrão (incluindo rodovias e área urbana), no ano passado apenas sete, ou seja, uma redução de 72% no período. Neste mesmo espaço de tempo, a frota de veículos em circulação subiu de 57.543 para 66.561, aumento de 15,5%.

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Vida no Trânsito deu resultado
O Projeto Vida no Trânsito, apoiado por parceiros nacionais e internacionais, tem seu foco na redução das mortes e lesões graves no trânsito a partir da qualificação da informação, de ações planejadas, desenvolvidas e executadas intersetorialmente e na ênfase em dois fatores de risco: direção sob efeito de bebida alcoólica e velocidades incompatíveis, além de outros, a depender das particularidades locais.

Em Francisco Beltrão foi criado um comitê, com a participação de todos os órgãos de segurança, que faz uma análise detalhada dos acidentes com mortes. “A partir da análise dos óbitos, o município traçou metas para reduzir estes acidentes”, comenta Marilda. Uma das filosofias do programa é a “Visão Zero”, que visa justamente zerar as mortes no trânsito. Até quarta-feira, 13, o município estava há 107 dias sem registrar acidentes de trânsito fatais. “Passamos a comemorar no departamento cada dia sem morte no trânsito.” O próximo passo, segundo Carla Rota, também do Debetran, é detalhar e reduzir os acidentes que deixam vítimas com lesões graves.

 

A velocidade que determina a gravidade
Os dois últimos anos foram fundamentais para Francisco Beltrão baixar as taxas de acidentes. Segundo Marilda, houve investimento constante nos equipamentos de trânsito, na sinalização dos pontos mais críticos e na educação de trânsito.

“A educação tem que ser permanente, porque as crianças assimilam mais e ajudam a cobrar os adultos. Focamos na educação, mas não podemos deixar de lado engenharia e fiscalização”, observa Marilda.

O município baixou a velocidade máxima dentro da cidade para 50 quilômetros por hora e buscou a parceria da Polícia Militar para intensificar blitz de trânsito. “É a velocidade do veículo que vai determinar a gravidade do acidente”, acrescenta Carla.

Em 2019 ocorreram 1.478 registros de acidentes com 2.562 pessoas envolvidas. Em 2020, foram 1.445 acidentes (-2,2%) e 2.742 envolvidos (+7%). Em 2020, apesar de ser um ano em que os motociclistas estiveram mais expostos, principalmente durante a pandemia através dos serviços de entregas, houve menos acidentes: 335 em 2019 e 328 em 2020. No total, 2019 teve 17 mortes, sendo que oito eram ocupantes de veículos leves, dois de veículos pesados, quatro de motocicletas e três pedestres. No ano passado, seis ocupantes de veículos leves e um pedestre.

 

Análise detalhada dos acidentes com óbitos
Dos sete óbitos ocorridos em Francisco Beltrão em 2020, seis foram em rodovias e um na área urbana. Outro detalhe importante, das seis pessoas que morreram e estavam em veículos leves, cinco não faziam uso do cinto de segurança.

Quanto ao uso de álcool (todos os corpos decorrentes de acidentes de trânsito passam por exame de alcoolemia no IML), quatro laudos já retornaram, sendo que três indicaram presença de álcool nas vítimas. Carla ressalta que todas as conclusões são tiradas após análise detalhada dos laudos do IML, Instituto de Criminalística, Polícia Rodoviária Estadual, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar.

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