A quantidade de medidas protetivas requeridas à justiça também caiu consideravelmente em Beltrão, de 496 para 309 (-37%).
Os casos de violência doméstica registrados pela Delegacia da Mulher de Francisco Beltrão tiveram redução de 15% em 2020. A instituição somou 618 casos no ano passado contra 731 do ano anterior. A delegada Emanuelle Carolina Baggio ressalta que o ano de 2020 foi um ano atípico, inclusive para a segurança pública.
“Apesar de muitas delegacias da Mulher, do Estado, terem experimentado um aumento no número de ocorrências durante as restrições nos convívios sociais gerados pela pandemia de Covid-19, felizmente a Delegacia da Mulher de Francisco Beltrão não foi uma dessas unidades policiais.”
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A quantidade inquéritos policiais instaurados ficou praticamente igual nos dois anos, 573 (2019) e 580 (2020). Os inquéritos relatados, aqueles em que são concluídas todas as diligências e o procedimento é encaminhado ao Ministério Público, aumentaram de 444 para 489 (10%). A quantidade de medidas protetivas requeridas à justiça também caiu consideravelmente, de 496 para 309 (-37%).
Entre 19 de março e 1º de agosto de 2020, os pedidos de medidas protetivas foram realizados pela 19ª SDP, haja vista a restrição de atendimento gerada devido à servidores desta Unidade ao grupo de risco da Covid-19.
Somando os casos registrados na Delegacia da Mulher, bem como aqueles registrados na 19ª Subdivisão Policial, durante a restrição de atendimento, não foi constatado aumento no número de ocorrências envolvendo violência doméstica e familiar contra a mulher. O número manteve-se equivalente ao do ano anterior, 2019.
“Trata-se de uma pequena vitória no combate à violência contra mulher. Além disso, apesar da pandemia, a dedicação dos policiais civis foi determinante. Todos trabalharam no limite de suas forças e até mesmo de sua saúde para que o serviço continuasse a ser prestado e, graças a isso, foi possível manter a produtividade e os altos números de encaminhamentos de procedimentos para a análise do Poder Judiciário e do Ministério Público”, comenta a delega Emanuelle.
O Núcleo Maria da Penha (Numape), da Unioeste de Francisco Beltrão, ainda não concluiu a análise dos dados de 2020. Contudo, os representantes da entidade acreditam que com todas as limitações interpostas pela pandemia, a redução no número de boletins pode não significar diminuição da violência, visto que as pessoas permaneceram mais em casa e podem ter ficado mais restritas na hora de denunciar.
No ano passado o Numape fez atendimento on-line até setembro e percebeu que muitas mulheres têm dificuldade de falar quando a situação é por telefone ou internet. O Numape presta atendimento jurídico e psicológico gratuito às mulheres de baixa renda e que gostariam de se desvincular de seus agressores.
País está no 5º lugar no ranking mundial do feminicídio Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil está no 5º lugar dos países que mais matam mulheres no mundo no contexto de violência doméstica.