20.9 C
Francisco Beltrão
sábado, 07 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

Hoje, Jorge Baleeiro estaria na véspera de seus 71 anos

Serão publicadas algumas cartas recebidas por Jorge e selecionadas pela sua viúva Sueli Beviláqua Baleeiro de Lacerda.

Jorge Baleeiro de Lacerda (3-3-1950 a 20-9-2016) foi um dos maiores estudiosos do Brasil. E na maior parte daquele período de viagens de pesquisa e publicações ele viveu em Francisco Beltrão (1975 a 2016). 

Jorge publicava seus artigos em jornais de circulação nacional e também da região Sudoeste do Paraná, como Folha do Sudoeste (desde 1975) e Jornal de Beltrão (desde 2002). Muitos de seus artigos estão publicados em três livros: Os Dez Brasis, Os Dez Sudoestes I e Os Dez Sudoestes II.

Nesta semana em que Jorge Baleeiro estaria completando 71 anos, o Jornal de Betlrão publica em cada edição uma das muitas cartas que ele recebeu de ilustres brasileiros, com quem ele se correspondia. As cartas foram selecionadas pela viúva, professora Sueli Beviláqua Baleeiro de Lacerda, que continua residindo em Francisco Beltrão.

- Publicidade -

[relacionadas]

Peregrino da cultura
Não há pedaços da pátria amada Brasil que Jorge Baleeiro de Lacerda não conheça, ou não tenha aludido nos seus pronunciamentos, conferências e escritos que atingem a casa dos milhares.

Não há recanto de que Jorge não tenha ouvido falar em suas peregrinações que não o fizeram senhor de um conhecimento íntimo da nossa terra, da nossa gente, de nossa história, de nossas coisas e de nossos sonhos.

O Estado do Rio de Janeiro, com sua Guanabara e sua velha província fluminense, faz parte desses Brasis que entraram na memória e no coração desse estudioso paraense, que não foi somente um andarilho, um caminhante a cruzar indiferente nossos sertões e nossas metrópoles pelas estradas estáticas e pelas estradas que correm, como Bop chamava os rios.

Ele conviveu, em suas peregrinações, só para citar o meu Estado, com a nossa gente do norte-fluminense. Conheceu a centenária Cantagalo, de Euclides da Cunha, tanto quanto conheceu a vida e obra desse gigante da literatura brasileira, o que levou Jorge ao sertão de Canudos, a navegar o Rio Purus e a atravessar a ponte de São José do Rio Pardo para conhecer o espaço onde o escritor cantagalense escreveu  grande parte de “Os Sertões”.

Jorge Baleeiro, em Monerat, Distrito de Duas Barras, iluminou-se com a luz que soltava o espírito culto e bom de Raymundo Bandeira Vaughan, de quem se fez amigo e cuja memória cultua com respeito e amor ainda nos dia de hoje.

Em companhia do dr. Bandeira Vaughan (primo do poeta Manuel Bandeira), Jorge conheceu Itaocara, terra do flautista Patapio Silva, e Bom Jardim, terra do correligionário  e amigo do dr. Bandeira, o usineiro Péricles Correa da Rocha, possibilitando a Baleeiro descrever com detalhes as fazendas, instituições e pessoas de Cordeiro, Duas Barras, Cantagalo, Bom Jardim (terra do poeta Julio Salusse) e Nova Friburgo.

Na atual capital do Estado e ex-capital do País – onde conviveu mais de perto com seu parente Aliomar Baleeiro, uma das mais lúcidas do nosso Judiciário – fez ele um bom estágio, acolhendo-o como sócio na Associação Brasileira de Imprensa e a Sociedade Brasileira de Crítica Literária, duas prestigiosas entidades sócio-culturais de âmbito nacional.

Justo por tudo isso, o dinâmico e talentoso escritor Jorge Baleeiro de Lacerda poderá fazer do norte fluminense uma Santa Maria de Belém do Grão Pará, sua terra-mãe, e  de Lagoa Santa (MG), de  “Rosa dos Ventos”, de sua Monerat saudosa, em sua memória, a casa situada atrás da Catedral da Sé, na parte velha de sua cidade natal, onde viveu os seus sonhos de criança…

Baleeiro com o comandante-de-barco fluvial Elias Ferreira de Rezende, diante do barco que comanda, no Rio Juruá, em Cruzeiro do Sul (Acre), extremo ocidental do Brasil. (Foto Graci de Rezende, abril de 1999).

Texto de Alaôr Eduardo Scisínio
Alaôr Eduardo Scisínio chamava a avó, escrava em um canavial em Itaocara (RJ), na metade do século passado, pelo apelido de “Sinhá”. “Era uma homenagem que meu marido fazia a ela”, explica Elza, esposa do advogado, historiador e escritor.

Outra homenagem à avó e seus antepassados é o Dicionário da Escravidão, obra de dois mil verbetes que ele escreveu para contar 350 anos da trajetória dos negros no País. Nascido em Cordeiro (RJ), ele ficou órfão de pai e mãe aos 14 anos.

Formou-se em Direito depois de casado – foi escolhido orador da turma –, lecionou na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e na Universidade Federal Fluminense, (UFF) foi procurador-geral de Niterói e escreveu 19 livros. (Escrito na década de 1990).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques