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Durante a prestação de contas quadrimestral obrigatória da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), na Assembleia Legislativa do Paraná, ontem, o secretário Beto Preto foi enfático: o Paraná atravessa o momento mais crítico da pandemia da Covid-19 desde o início dela, em 2020. “Cerca de 30% dos óbitos dos paranaenses por Covid aconteceram neste ano e a aceleração tem relação com a chegada da nova cepa”, alertou, sobre a presença da variante amazônica do coronavírus no Paraná, a P.1.
“Esta cepa é mais contagiosa, mais rápida e faz a evolução da doença acontecer de forma mais objetiva, o que faz com que as pessoas possam se curar mais rápido, mas também piorar rápido”, explicou o secretário. Ele frisou também que o tempo médio de permanência dos pacientes em leitos hospitalares no Paraná elevou-se em 11%. “Uma pessoa ficava 12 dias internada, agora fica em média 14 dias.”
Segundo o diretor de gestão em saúde da Sesa, Vinícius Filipak, houve em um ano um aumento de 85% nas internações de UTI além de 58% no número absoluto de pacientes internados. “É um período complicadíssimo”, salientou. A audiência pública, comandada pelo presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, deputado Doutor Batista (DEM), contou com a presença do presidente da Casa, deputado Ademar Traiano (PSDB).
“O Poder Legislativo dará todo o apoio necessário para cada medida que deva ser tomada. Temos um olhar sobre todos os aspectos da crise, mas o governante deve ter liderança para tomar as decisões que ache necessárias, o que tem sido feito pelo governador e pelo secretário”, afirmou Traiano.
“A cada momento é um fato novo que surge, a responsabilidade pesa sobre os ombros do secretário e sua equipe, que tem feito todo o possível para minimizar os impactos da doença sobre nossa população. O momento é crítico nesta semana e na semana que vem. Temos que ter consciência da responsabilidade que pesa sobre nós. Cada um tem uma opinião e é importante esta conversa e troca de informações”, disse o presidente do Legislativo.
O secretário informou ainda que 1.300 novos leitos hospitalares foram abertos no Estado em conjunto com a rede hospitalar paranaense, seja do Estado, filantrópica ou privada. “Nos últimos 15 dias, montamos o equivalente a dois hospitais de campanha completos, porém dentro dos hospitais já existentes”, frisou. Segundo o primeiro secretário da Assembleia Legislativa, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSB), o momento é desafiador. “Fizemos um esforço desde o ano passado para o repasse de recursos à área da Saúde que resultou num repasse de R$ 100 milhões.”
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