Uma motorista do Garupa registrou boletim de ocorrência após ter a porta do carro chutada e quase ser atropelada.

Uma confusão envolvendo a motorista de aplicativo Ivani Bueno e um taxista, na noite de sexta-feira, 19, vem ganhando repercussão e colocou novamente em debate a atuação profissional das duas categorias. O episódio aconteceu na rodoviária de Francisco Beltrão.
Ivani diz que estacionou na vaga de embarque/desembarque para deixar uma passageira no local e foi abordada por duas pessoas que estavam buscando uma corrida pelo aplicativo Garupa. Segundo a motorista, o sistema estava instável naquele dia e as chamadas eram feitas diretamente pelo WhatsApp. “Nisso veio o taxista e disse que eu não podia ficar ali, então expliquei que ele voltasse para o setor dele, onde há vagas exclusivas de táxi; ele foi ficando nervoso, deu um chute na porta do meu carro e então fui fazer uma foto do carro dele, pra pegar a placa e ir atrás do meu prejuízo, quando então ele embarcou, veio em alta velocidade pra me atropelar e precisei me desviar”, relata.
[relacionadas]
O caso mobilizou outros motoristas de aplicativos, que se reuniram na rodoviária na segunda, 22, pela manhã, para expor a situação. Ivani, que registrou um boletim de ocorrência, afirma que os motoristas de aplicativo são comumente constrangidos por alguns taxistas para saírem da rodoviária. Arno Barbieri, que preside a Associação dos Taxistas, disse que a entidade não concorda com a conduta agressiva de alguns membros e que a classe não pode ser prejudicada pela atitude isolada de um taxista.
No entanto, ele discorda de alguns procedimentos adotados por motoristas de app. “A gente paga o alvará de licença pra poder ter a vaga reservada, mas aí tem motoristas que vão deixar passageiro na rodoviária e estacionam o carro lá, ficam esperando sair mais passageiros, o que não acho certo, porque a chamada é pelo aplicativo, não pessoalmente”, pontua.
Segundo Ivani, alguns motoristas esperam no local, mas até surgir uma chamada próxima dali. Na rodoviária, existem cinco vagas exclusivas para os táxis. Estes espaços, assim como os pontos espalhados pela cidade, são regulamentados devido ao pagamento do Alvará de Licença, mas não impedem que haja o funcionamento de outros serviços semelhantes em vagas que não são exclusivas, como o estacionamento geral da rodoviária e área de embarque/desembarque.
Serviço regulamentado
Desde 2018, uma lei federal regulamenta corridas por aplicativo em todo o País e não coloca maiores impedimentos para o funcionamento da atividade — mas os motoristas devem ter certidão negativa de antecedentes criminais, seguro para passageiros, habilitação mínima na categoria B, indicação de EAR, licenciamento do veículo e o seguro obrigatório.
Em Beltrão, os aplicativos chegaram há cerca de dois anos e meio e não possuem nenhuma regulamentação específica. Estima-se que existam mais de 200 profissionais atuando em pelo menos seis app na cidade. A título de curiosidade: uma corrida simulada pelo Garupa do calçadão à nova rodoviária custa cerca de R$ 15; de táxi (bandeira 1), sai em torno de R$ 20.