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O ex-juiz Sergio Moro afirmou ontem que tem “absoluta tranquilidade” sobre as decisões que tomou no âmbito da Lava Jato. Foi a primeira manifestação de Moro após decisão da Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), que concluiu na terça-feira, 23, pela parcialidade do ex-juiz na condução do caso do triplex de Guarujá (SP), que levou à condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
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“Tenho absoluta tranquilidade em relação aos acertos das minhas decisões, todas fundamentadas, nos processos judiciais, inclusive quanto aqueles que tinham como acusado o ex-presidente”, afirmou Moro por meio de nota.
“Todos os acusados foram tratados nos processos e julgamentos com o devido respeito, com imparcialidade e sem qualquer animosidade da minha parte, como juiz do caso”, completou.
Em defesa da Lava Jato, Moro afirmou que a operação foi um marco no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro no Brasil, “colocando fim à generalizada impunidade destes crimes”.
“O Brasil não pode retroceder e destruir o passado recente de combate à corrupção e à impunidade e pelo qual foi elogiado internacionalmente”, afirmou.
No dia anterior, a defesa do ex-presidente Lula (PT) afirmou que a decisão da Segunda Turma do STF era “histórica e revigorante”.
Para os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Martins, a suspeição de Moro comprova que o ex-juiz, que depois chegou a virar ministro do governo Jair Bolsonaro, atuou como adversário político de Lula.
A decisão da Segunda Turma do STF foi tomada por 3 votos a 2, após mudança de posicionamento da ministra Cármen Lúcia.
A turma julgou procedente o Habeas Corpus em que a defesa do petista pedia a declaração da suspeição de Moro e decidiu anular a ação do tríplex – ficam nulos todos os atos do ex-juiz.