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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Gleicy Tumelini eterniza pets em retratos de aquarela

Artista desenvolveu sua habilidade e faz pinturas realistas dos bichinhos.

Falkor é um dos pets eternizados em aquarela pela artista Gleicy Tumelini.

Os retratos são uma forma muito antiga de eternizar memórias e a mestranda Gleicy Tumelini, 28 anos, de Francisco Beltrão, vem desenvolvendo uma maneira diferente de registrar um público bem específico — e muito fofo! Por meio de retratos realistas em aquarela, Gleicy desenha os pets captando as expressões e características que encantam os donos.

A técnica de pintura surgiu na vida da artista quando ainda era criança, através de um estojo que ganhou dos pais. Mas os desenhos eram feitos em papel sulfite, que não é o ideal, e sempre rasgavam, por isso Gleicy abandonou a ideia. Até 2017, quando se deparou com vídeos da vlogueira canadense Shayda Campbell explicando a arte da tinta misturada com a água e a vontade de pintar reacendeu. 

Gleicy Tumelini com o primeiro retrato realista que desenhou.

“No começo, além de usar meus pincéis de maquiagem para pintar, olhava muitos vídeos, procurava aquarelas prontas na internet e tentava reproduzir. Com o tempo, passei a observar como a luz se comporta, como poderia desenvolver melhor a técnica. Passei até a observar as coisas ao meu redor de forma diferente, dando mais atenção aos detalhes das plantas, dos objetos”, conta Gleicy.

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Nesse processo de aprender sozinha, reproduzindo as imagens, no ano passado, já durante a pandemia, ela encontrou um curso direcionado a retratos de pet desenvolvido pela artista Ana Wilhelm e resolveu investir no aprendizado, unindo ao seu amor pelos animais. “Eu sou apaixonada por cachorros e gatos, tenho uma cachorrinha e um gatinho. Passo a mão e converso com todos os animais que vejo na rua, essas coisas. Foi essa paixão e carinho pelos animais que me motivou a pintá-los.”


A magia da aquarela
Lançar tinta e água sobre papel e formar com isso cada detalhe, cada pelinho e pose dos pets realmente requer muita habilidade. Gleicy diz que seu processo de criação parte, geralmente, de uma foto, que pode ser mandada pelo cliente — quanto melhor a resolução, melhor o desenho.

“Definida a foto, faço um estudo dela para definir as cores que serão utilizadas, analisar onde a luz e a sombra se apresentam e, a partir disso, desenvolvo o desenho. A aquarela é uma técnica desafiadora, pois a tinta, em contato com a água, se movimenta no papel, criando formas naturais que, aliadas à técnica, embora imprevisível, têm um resultado muito bonito.” Hoje, ela usa papel e tinta específicos para a pintura em aquarela.

Por que as pessoas querem desenhar seus pets?
Gleicy destaca que muitas pessoas consideram os animais como parte da família e os motivos para pedir um retrato deles vão desde representar um trejeito ou uma pose fofinha até eternizar um companheirinho que já morreu.

“Me sinto muito agraciada e feliz por poder reproduzir um serzinho que é fundamental na vida das pessoas. Eu entendo o quão significativo é ter uma pintura de seu animal de estimação. Há clientes que me procuram para pintar um animal que já morreu e eu sinto o tamanho da responsabilidade ao tentar reproduzir essa memória afetiva. O retrato de pet é um tipo de arte que toca as pessoas e que materializa as memórias de um jeito único e é muito bacana poder fazer parte disso.”

Os desenhos de Gleicy estão no Instagram @agtum.art, com outros desenhos feitos por ela, incluindo outras temáticas.

 

O retrato de Gregorovitch é a lembrança da família de Gustavo Navarini Valandro.

Uma homenagem para Gregorovitch
Gustavo Navarini Valandro, 26 anos, é de Renascença e seu pedido para a amiga Gleicy Tumelini foi muito especial: um retrato do gato Gregorovitch, que por cinco anos foi o companheiro da família.

“Quando eu estava na faculdade, minha mãe adotou um gatinho, porque aqui em casa temos um tio com síndrome de Down que gosta muito de gatos. É terapêutico, porque o convívio e a interação com gatos faz o dia a dia dele mais feliz, principalmente agora, em época de pandemia, em que ele não pode sair de casa”, conta Gustavo.

Gregorovitch era um gato preto clássico — “igual o Salem do filme da Sabrina” — e, dentre suas particularidades, gostava de abóbora e ovos. Sempre recebia Gustavo na chegada do trabalho, no fim da tarde, e da faculdade, às 23h30, e oferecia seu carinho.

No primeiro semestre de 2020, Gregorovitch não resistiu a uma doença viral e ficou na lembrança, principalmente do tio de Gustavo. “Foi de cortar o coração. Desde então, meu tio pergunta pra gente ‘e o gato preto, aonde foi?’.” Isso motivou o pedido para que Gleicy desenhasse o gatinho, que agora faz presença na sala da família.

 

Gregorovitch era um gato preto clássico, “Igual o Salem do filme da Sabrina” comenta Gustavo.

“Quando vi o perfil que ela fez no Instagram para divulgar seus desenhos e pinturas no estilo aquarela, achei incrível como os animais de estimação ficam bonitos ao serem retratados nesse estilo de arte. O resultado ficou melhor do que eu imaginava e estamos muito satisfeitos por termos um retrato que, além de embelezar a nossa sala, nos faz recordar desse amiguinho que foi tão especial para nós”, afirma Gustavo.

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