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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Como é acompanhar o filho na investigação do transtorno do espectro autista

Amor é o fator mais importante, dizem Alana e Marcos, pais da Madalena.

Alana Perondi, com a filha Madalena, comenta como é acompanhar um filho na investigação do transtorno do espectro autista.

Alana Claudia Perondi e Marcos Vinicius Balestrin Koslovski se identificam como os “sortudos pais de Madalena”, que está em investigação de Transtorno de Espectro Autista (TEA). Desde muito pequeninha, a Madalena, hoje com 2 anos e 2 meses, ficava muito em determinadas atividades e brincadeiras.

“Por exemplo, não é natural uma criança ficar tanto tempo olhando a grama se mexer, percebendo o vento. Madalena sempre teve uma queda pela natureza, esse encantamento, era uma coisa que nos chamava atenção”, conta Alana, que é pedagoga. 

Outro exemplo é que ela ficava muito tempo na sacada, envolvida com um vaso de flor. Inicialmente, os pais não faziam relação com transtornos, mas o atraso na fala foi um fator determinante. “Foi muito evidente, com 1 ano e 2 meses fiquei esperando a primeira palavrinha, aquele mamãe, papai, mama, mas não acontecia.”

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Marcos Vinicius Balestrin Koslovski é o “sortudo pai de Madalena”, de 2 anos e 2 meses.

A primeira medida foi consultar profissionais próximos da família, como a psicopedagoga Vanessa Conceição Piaia e a pedagoga Ana Laura Perondi, que são madrinhas de Madalena. Ambas apontaram alguns indícios do TEA. “Então, dra. Irides, pediatra, encaminhou para possíveis tratamentos, nos dando estímulos pra tirarmos essa dúvida ou iniciarmos a caminhada. Foi o que fizemos. Demos entrada pela Prefeitura, que nos abriu as portas do Centro Municipal de Apoio Educacional Multidisciplinar (Cemaem), que até então eu não tinha conhecimento, mas tem excelentes profissionais multidisciplinares”, conta Alana.

Dra. Irides solicitou o acompanhamento com psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo e neuropediatra. Além disso, Madalena também iniciou musicoterapia e musicalização com Luciele Lourenci, sendo importantes ferramentas para os autistas, pois contribuem para deixá-los mais calmos. “Iniciamos as intervenções. Eu não quero pintar o mundo de cor-de-rosa, mas a Madalena é muito calma, muito tranquila, e isso nos deixa em dúvida. Agora, passados sete meses, ela está iniciando algumas palavrinhas, o que significa que se ela for mesmo autista, ela é verbal, mas até o final do ano será um divisor de águas nesse sentido”, diz a mãe.

No início, a surpresa
“Tivemos um luto, ficamos impactados, nos pegou de surpresa. Mas a gente ama nossa filha como ela é. Ela é nossa única filha e foi muito planejada, muito desejada, isso não altera em nada nosso amor, pelo contrário, a gente presta muito mais atenção. Acredito que, quanto antes a família acolhe, aceita, toma pra si, é mais fácil, se torna mais doce a caminhada.”

O maior receio do casal é o preconceito, possivelmente devido à falta de informação. “Assim como nos pegou de surpresa, quando você comenta sobre o autismo/TEA, como é um diagnóstico recente, mas sempre existiu, as pessoas também se assustam. Como a Madalena está em investigação, não comentamos muito, não por preconceito, mas por medo de tomar uma causa que não é nossa, dar um diagnóstico sem ela ter.”Alana ressalta que o autismo precisa ser encarado de forma diferenciada, uma vez que há vários graus, do leve ao severo. 

“Cada caso é um caso, quanto antes forem feitas as intervenções, melhor será para as crianças. Madalena começou muito cedo a ser assistida e ela tem muita condição de ter autonomia e ser independente, e é pra isso que nós batalhamos. Muito amor é o mais importante.” 

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