Delegacia da Mulher está investigando o caso de violência doméstica.

A delegada Emanuelle Carolina Baggio, titular da Delegacia da Mulher de Francisco Beltrão, informou ontem que a Polícia Civil já está ouvindo testemunhas sobre o caso de violência doméstica ocorrido no dia anterior em Beltrão. Uma mulher, de 25 anos, foi carregada no capô de um automóvel Corsa pelas ruas da cidade.
A jovem foi transportada pendurada no para-brisas por várias quadras até cair na Avenida Bispo Dom Agostinho José Sartori, Bairro São Cristóvão. Ontem a reportagem do Jornal de Beltrão ouviu a versão da jovem, que teve vários ferimentos pelo corpo, inclusive no rosto, mas sem nenhuma fratura. Segundo a delegada, diversas diligências já foram adotadas e o carro apreendido para perícia. A vítima já foi ouvida e um exame de lesões corporais também foi requisitado ao Instituto Médico Legal (IML) para verificar a gravidade das lesões. Até ontem o investigado não tinha sido ouvido pela Polícia Civil para prestar sua versão dos fatos.
A confusão entre o casal começou na Rua São Paulo, próximo da esquina com a Luís Antônio Faedo, no centro da cidade. De acordo com a jovem, que não quer divulgar o seu nome, ela e o rapaz foram casados por 7 anos, contudo, estão separados há três meses. Eles têm duas filhas do relacionamento, uma de 4 anos e outra de 6.
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No dia 12, segunda-feira, o rapaz entrou em contato com ela pedindo para passar a terça-feira, 13, com as duas filhas, já que a mais nova estava de aniversário e ele queria fazer uma programação especial com as meninas. “Eu concordei de que no dia 13 às 7h30 iria passar na casa dele para entregar as meninas e o carro, sendo que esse carro é meu e dele, que nós compartilhávamos. Eu passei, peguei ele e chegando na esquina do meu serviço acabamos entrando em uma discussão.”
O automóvel era de uso compartilhado entre os dois. A jovem diz que dentro do carro foi agredida pelo ex-marido. “Ele me deu um soco na cabeça e acabou pressionando a minha cabeça contra o câmbio da marcha. Minhas filhas começaram a chorar e gritar com medo. Ele abriu a porta e desceu se dirigindo ao lado do motorista, quando eu liguei o carro e saí deixando ele para trás.”
Depois da suposta agressão, ela foi até a Cidade Norte para deixar as filhas com a avó, pois, conforme disse, elas estavam com medo. “Quando retornei fiquei cuidando para ver se ele não estava em frente ao meu serviço. Quando estacionei o carro e desci, ele estava escondido atrás de outro carro e veio em minha direção, tomando os meus pertences, meu celular e minha bolsa.”
Ele saiu sentido à Rua Luís Antônio Faedo caminhado a pé. Ela entrou no carro e foi em direção a ele, “pois eu precisava da minha bolsa e celular para que pudesse abrir a porta do meu serviço e trabalhar”. A mulher parou o automóvel e novamente houve discussão. A ex-esposa falou que ele não queria devolver suas cosias. “Foi quando eu deixei a chave dentro do carro e ele entrou e eu estava em frente ao carro. Ele ligou para sair e iria passar por cima de mim, foi quando eu me agarrei sobre o carro para não ser atropelada como mostra no vídeo. Eu fui gritando para ele parar. Ele seguiu em direção perigosa sentido à BR [rodovia].”
Próximo ao radar, na Avenida Bispo Dom Agostinho José Sartori, o motorista diminuiu a velocidade. “Nesse momento eu pensei comigo que se eu não pulasse ele iria sair pela BR, eu iria acabar caindo e ele passando por cima de mim. Foi então que eu acabei me soltando de cima do carro .”