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Por July Ioris
Joceane Priamo nasceu em 23 de maio de 1988, em Francisco Beltrão. Filha de Joacir Osvaldo Priamo e Gorete Furlanetto Priamo, casada com Rafael Jachini. É formada em Letras-Português e Literatura e em Pedagogia. É professora da educação infantil, escritora e poetisa.
Quando era criança, Joceane morou na Linha Altaneira, em Flor da Serra do Sul, divisa com Francisco Beltrão, e estudou lá até concluir o Ensino Fundamental. Nesse período viveu distante da Literatura, pois a escola onde iniciou os seus estudos não tinha biblioteca. Só tinha contatos com os livros didáticos quando ia passear em seus avós, que ainda morava com eles. O tio de Joceane, Valmir Furlanetto, que cursava o Ensino Médio, no Colégio Mário de Andrade, e sempre pegava os livros para ler em casa, mas quem lia era a sobrinha. Ela lembra que o primeiro livro que leu foi a trilogia do Érico Veríssimo “O tempo e o vento”, depois leu “A Divina Comédia”, escrito por Dante Alighieri, que também era dividido em três partes: o Inferno, o Purgatório e o Paraíso. Foi ali que surgiu o amor pela leitura e também pela poesia.
Gosto pela leitura
Joceane gostava muito de ler, pois os livros eram sua forma de sonhar com uma realidade diferente do que ela vivia. Ainda criança, tinha o hábito de escrever em diários, que era o presente que ela mais gostava de ganhar de aniversário. Na escola de linha Altaneira, costumava compartilhar com os colegas cadernos de recordações, onde cada um escrevia “pensamentos”, “versinhos” e “mensagens”.
No Ensino Médio veio estudar em Francisco Beltrão, conheceu as obras de Mario Quintana, pelo qual ficou encantada. Foi nesta época, aos 14 anos, que ela começou a escrever seus primeiros poemas. Como costumava ir à escola de ônibus, escrevia poemas durante a viagem. “Eu gostava muito de escrever, era uma forma de externar minhas emoções, mas tinha muito receio de mostrar aos outros, medo de julgamentos. A única pessoa para quem eu mostrava os poemas era para o meu melhor amigo da infância, André Guerrino Castoldi, sempre compartilhava com ele os meus versos e ele sempre me dava apoio”, conta Joceane.
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Primeiros recitais
No Ensino Médio, a poetisa começou participar de recitais de poesia, incentivada pelo professor Vicente de Carli.Jô enfrentou o palco do Espaço da Arte pela primeira vez e deixou o medo do público de lado para apresentar seus versos. “O professor Vicente nos incentivou a escrever e depois nos preparou para apresentar os poemas e enfrentar o medo do público, meu medo dos julgamentos foi substituído pela emoção de estar ali, me senti muito confiante e passei a participar de outros recitais, pois sempre era selecionada entre os alunos e recebi algumas premiações nestes concursos”, destaca Jô.
Ela conta também que admirava as aulas da professora de Português, Maria Bernardete da Roza, que a influenciou a escolher a faculdade de Letras. Jô tinha o objetivo de fazer Letras para aprender a falar e escrever melhor. Assim passou na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), de Guarapuava. Após se formar, ela foi dar aulas para o Ensino Fundamental e Médio e sempre incentivou os alunos a escreverem.“Foi um desafio, no começo eles achavam poesia muito chata, mas com persistência pude ensinar as diferentes formas de poesias, apresentei vários autores e cativei meus alunos. Eu trabalhava a escrita, a oralidade, a leitura e aos poucos eles estavam escrevendo e tomando gosto pelo gênero textual. A poesia não é um monte de palavras com rimas, poesia é a maneira de expressar o que sentimos em relação a nós, ao outro e ao mundo, é uma forma de tocar o coração das pessoas. É usar as palavras para despertar as emoções”, relata Joceane.
Sonho de um livro
Joceane nunca foi de mostrar suas poesias para as pessoas, mas tinha como sonho escrever um livro. Devido ao trabalho, estudos e tarefas diárias, havia deixado seu objetivo de lado, até que numa conversa com o seu amigo Carlos Alberto Caum foi incentivada a voltar a escrever. Ela relata que precisou voltar a soltar as emoções e levou alguns meses para transmití-las em forma de poesia. Jô começou escrever um livro de poesias, que traz temas como amor, dor, fé, morte, natureza, espiritualidade, porém, ela precisou pausar o projeto para produzir o livro Francisco Beltrão entre Versos e Sonhos, mas até o final do ano ela quer publicar este livro, que já voltou a escrever.
O livro Francisco Beltrão entre Versos e Sonhos traz a história de nossa cidade em forma de poesia e foi contemplado pela Lei Aldir Blanc. É o primeiro registro da história da cidade contada em versos e foi escrito em poucos dias. “Me propus a escrever e fiz de forma simples, usando uma linguagem que, independente da idade, as pessoas possam entender a linda história da nossa querida Francisco Beltrão”, diz a poetiza.
Joceane destaca que escrever poesia lhe remete a momentos de prazer e satisfação, pois através da poesia ela expressa seus sentimentos. “Escrever é algo que me faz vibrar, saber que alguém vai ler meus versos e que através deles posso deixar uma marca na história me deixa muito feliz. Quero poder contribuir com a cultura, incentivando que sejam realizados recitais de poesias para dar oportunidade para outras pessoas de apresentarem seus poemas. A poesia me completa, me deixa realizada, é uma forma de eternizar os sentimentos e gerar diferentes pontos de vista, independente do momento que se lê, por isso sou apaixonada pela poesia”, finaliza Joceane.