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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Menino Henryque está em casa e bem; família diz que ele nasceu pela 2ª vez

Policiais

Diego e Adriana com os filhos Isabely e Henryque.

O pequeno Henryque, de 1 ano e 8 meses, sobrevivente do ataque à creche Aquarela, em Saudades (SC), está em casa desde domingo, 9, e se recupera muito bem. A mãe, Adriana Martins, 35 anos, comemorou a chegada do pequeno: “Dia das Mães mais feliz da minha vida. Henryque nasceu pela segunda vez, foi um milagre, Deus o protegeu, me devolveu com vida. Hoje tenho em meus braços o presente que dinheiro nenhum pode pagar”. O menino tem uma irmãzinha que se chama Isabely, 5 anos.

Ontem, 11, o pai dele, Diego Hubler, 31 anos, conversou com a reportagem do Jornal de Beltrão e contou como está a recuperação do filho, o apoio da comunidade, o abalo psicológico da família e pediu que as pessoas continuem orando por eles. Saudades fica na região Oeste de Santa Catarina, a cerca de 125 quilômetros de Francisco Beltrão.O pai disse que o menino está bem ativo em casa e todo mundo mais aliviado. O tratamento segue ainda por alguns dias até a plena recuperação. 

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O dia do ataque 
No dia do ataque à creche Aquarela (terça-feira, 4), Diego estava trabalhando quando percebeu a movimentação do Corpo de Bombeiros. “Mas isso acontece volta e meia, mas nada de estranho.” Não chegou a se dar conta do que estava ocorrendo até receber uma ligação. Contou que foi um tumulto muito grande, ninguém na cidade sabia do que se tratava, apenas muitos gritos e desespero no estabelecimento de ensino. 

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A empresa onde Diego trabalha fica distante cerca de 500 metros do centro de educação infantil e ele pôde ir a pé até o local. “Eu cheguei na creche, pedi o que tinha acontecido, ninguém sabia falar, então eu vi um monte de pessoas com crianças. Fui lá procurando o Henryque e não achei. Na escola já não podia mais entrar, então eu forcei um portão pra conseguir passar e vi uma professora desesperada. Pedi se sabia, ela disse que se ele (Henryque) não está ali fora, tá no hospital. Corri no hospital, então informaram que também não estava lá, voltei pra creche, continuei procurando meu filho, foi quando me ligaram que ele estava no hospital. Minha esposa chegou, ficou desesperada e a gente voltou pro hospital, quando chegamos o médico já tava limpando (os ferimentos) pra fazer os pontos.”

Henryque se adaptou rápido à crecheHenryque estava indo para a creche todas as manhãs (o funcionamento era só em meio período, em razão da pandemia). Gostava de frequentar o local e teve uma adaptação rápida.  Tinha começado em final de fevereiro, mas em razão do aumento dos casos de Covid-19 na cidade, os pais o seguraram mais algumas semanas em casa. Em meados de março retornou, pois os pais trabalham o dia todo fora; ele em uma fábrica de calçados e ela em uma indústria de confecções.

As tardes, ele passava uma semana com a avó e uma semana com o padrinho, em uma espécie de revezamento.  Diego contou que tem recebido muito apoio e solidariedade da comunidade. A creche continua fechada e os pais esperam que na reabertura (ainda não há um prazo definido) a segurança seja reforçada, com portões fechados e pelo menos um vigia. “Tudo isso mexeu muito com o psicológico da gente, assim como da comunidade em geral. O Brasil inteiro se chocou com o acontecido.”

Adriana falou que a sensação de ter o filho de volta no colo é de gratidão a Deus. “Posso pegar ele nos braços, abraçar, beijar. A sensação é de alegria, felicidade e muito amor.” Diego reforçou que as pessoas continuem orando para confortar os pais que perderam filhos e familiares. “Os pais devem ensinar seus filhos a rezar desde o berço. Porque quem segue a Deus será uma pessoa melhor no mundo. Quem conhece a Deus pode cometer erros, mas menos agravantes.”  


Autor de chacina deve ter alta nos próximos dias

Na terça-feira, 4, Fabiano Kipper Mai, de 18 anos, invadiu a creche Aquarela com duas armas brancas, uma espécie de espada e uma faca menor, e matou cinco pessoas, sendo três crianças e duas professoras. Por fim, ele tentou suicídio. Henryque Hubler foi um dos sobreviventes, recebeu vários golpes no rosto, barriga e tórax, mas está se recuperando bem.
Fabiano foi socorrido e ontem completou seu sétimo dia de internamento hospitalar. Ele está internado no Hospital Regional de Chapecó, sob custódia, já foi indiciado em flagrante pelos crimes, e a cada dia vem apresentando melhoras.

O boletim médico mais atualizado indica excelente evolução clínica e cirúrgica. Abdômen flácido, sem queixas de dor. Retirada cânula de traqueostomia. Ontem iria realizar exame de imagem para avaliar trato urinário. Segundo o médico responsável, dr. Jonathan Caon de Souza, cirurgião oncológico e cirurgião geral, paciente com critérios de alta, o que pode ocorrer ainda nesta semana.

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