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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Estiagem e situação de emergência nos municípios são avaliados por lideranças em encontro regional

Geral

Representantes da Seab, Amsop, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros reunidos na Amsop.

Parte da produção da segunda safra agrícola 2020-2021 – safrinha – do Sudoeste do Paraná está comprometida devido à prolongada estiagem. Muitas propriedades rurais estão sem água para os moradores e para alimentar as criações de animais – suínos, aves e bovinos de leite e corte. Esta situação levou o Governo do Estado a editar o Decreto 7.554/2021, decretando situação de emergência hídrica nas regiões Sudoeste e Metropolitana de Curitiba, com validade de 90 dias. 

Para avaliar os prejuízos à agricultura e ações que possam ser tomadas para minimizar a situação, o abastecimento hídrico das cidades e a decretação de situação de emergência nos municípios, prefeitos, secretários municipais de Agricultura, representantes do Corpo de Bombeiros, Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), coordenadorias municipais da Defesa Civil e da Amsop estiveram reunidos ontem em Francisco Beltrão. 

O comandante do 10º Grupamento de Bombeiros de Francisco Beltrão e coordenador regional de Proteção e Defesa Civil (Corpedec), major Heitor Soster, declarou que “em função da emergência que o Sudoeste atravessa, foi achado conveniente reunirmos os coordenadores municipais de Defesa Civil na Amsop, para instruirmos os municípios sobre o passo a passo a ser seguido na decretação de situação de emergência e estado de calamidade pública”. 

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Os chefes dos núcleos regionais da Seab em Dois Vizinhos, Alexandre Bianchin; Francisco Beltrão, Denise Adamchuk; e Leunira Tesser, de Pato Branco, expuseram os números preliminares de perdas registradas até aqui, na safrinha, nas culturas do milho (grão e silagem), feijão, pastagens e leite. Sem precedentes O presidente da Amsop e prefeito de Bom Sucesso do Sul, Nilson Feversani, que estava em Curitiba, foi representado pelo 1º tesoureiro da entidade e prefeito de Sulina, Paulo Horn, que traçou um panorama preocupante. Ao citar o município de Sulina, fundado há 34 anos, Paulo disse que “nunca enfrentou uma seca semelhante”, e que, “os municípios precisam de orientação a nível regional e a nível estadual, para atenderem as suas populações e os seus produtores, nesse momento de estiagem tão severa que assola o Sudoeste”.

Denise Adamchuk apresentou um panorama das perdas na agricultura e a quantidade de chuvas na região de Beltrão-Dois Vizinhos. Segundo os dados oficiais, a última chuva significativa na região ocorreu no fim de março, com uma variação entre 76 e 80 mm nos municípios, quando a média para o período varia de 150 a 200mm.  Ainda de acordo com os dados, no mês de abril, nenhum município da região de Beltrão-Dois Vizinhos registrou mais do que 25mm de chuva, quando a média é superior a 100mm. Segundo cálculos do Simepar, apenas em Francisco Beltrão, o deficit de chuva entre fevereiro e abril é de aproximadamente 380mm. 

Os prejuízos
Na região de Beltrão feijão, os prejuízos atingiram, principalmente, as lavouras de segunda safra, com uma perda média de 40% na produção. E muitos municípios com áreas que não serão colhidas. Já o milho teve em torno de 35% de perdas, e a cadeia produtiva do leite encontra dificuldades na oferta de silagem, o que resultou em uma diminuição de 15% no volume de leite produzido, conforme dados dos laticínios. “Muitos municípios enfrentam sérios problemas no tratamento dos animais, com falta de água nos bebedouros, e precisam da ajuda de caminhões-pipa”, acrescentou Denise. 

Na região de Pato Branco a quebra na safra de milho para grão está variando de 30% ou 35% e 30% na área destinada para silagem (alimentação dos bovinos). As plantas não se desenvolveram por falta de umidade no solo e já está ocorrendo o comprometimento da qualidade e produtividade dos grãos. As pastagens perenes não se desenvolveram devido à falta de chuvas e muitos produtores rurais ainda não plantaram as pastagens de inverno. Ainda não há fornecimento de aveia para o gado porque o crescimento das plantas foi prejudicado.

Situação de emergência
O Soldado Savian, auxiliar de Defesa Civil da 10ª Coordenadoria Regional de Defesa Civil, apresentou a formalidade a ser seguida pelos municípios para a decretação da situação de emergência e estado de calamidade pública por conta da estiagem. Ele explicou que os decretos devem estar fundamentados em parecer técnico do órgão de Defesa Civil do município, e terá um prazo de validade de 180 dias. 

Savian informou que o município de Nova Prata do Iguaçu é o primeiro da região que já aguarda a homologação de seu decreto por parte do Governo do Estado. “O governo do Estado, ao constatar que a situação de emergência atinge mais de um município de forma concomitante, pode homologar todos os decretos municipais da mesma região”, complementou o soldado.*Com informações da Amsop.

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