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Em meio à insistência do presidente Jair Bolsonaro em defender o voto impresso nas eleições de 2022 e em acusar de fraude o atual sistema de votação, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) lançou uma campanha para exaltar a “segurança, transparência e auditabilidade” da urna eletrônica.
O chefe do Executivo tem afirmado com frequência que não confia nas urnas, e ontem, 14, disse que o ex-presidente Lula (PT) só vencerá o pleito do ano que vem “na fraude”. Em coletiva para lançar a campanha do TSE, o presidente da corte, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que o Brasil vive uma crise financeira sem precedentes e registra recordes de mortes devido à Covid-19 e que essa não deveria ser a preocupação prioritária de qualquer governante neste momento.
O magistrado também fez uma analogia com os Estados Unidos e afirmou que as mesmas pessoas que pedem voto impresso no Brasil defenderam o ex-presidente Donald Trump e acusaram os americanos de fraudarem as eleições americanas do ano passado. Diante desse raciocínio, segundo Barroso, a mudança do sistema brasileiro seria “inútil”.
O voto impresso, que é uma bandeira de Bolsonaro, já foi declarado inconstitucional por unanimidade pelo STF em duas ocasiões, em 2018 e em 2020.
A mudança no sistema foi aprovada em 2015 pelo Congresso e foi vetada pela então presidente Dilma Rousseff (PT). Os parlamentares, porém, derrubaram o veto e, com isso, Dilma promulgou a lei que previa a impressão. A legislação, no entanto, foi invalidada pelo Supremo sob o argumento de risco de violação ao “sigilo e liberdade do voto”.