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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Esquerda vai protestar contra o presidente dia 19 e desenterra o “não vai ter Copa” de 2013

Líderes envolvidos nas mobilizações viram a decisão de Bolsonaro em receber a Copa América como mais um elemento motivador de protestos.

Grupos de esquerda, que lideraram os atos contra o presidente Jair Bolsonaro no último dia 29, confirmaram para o próximo dia 19, um sábado, a realização de novos protestos pelo impeachment em todo o País. A ideia é estabelecer uma agenda extensa de protestos ao longo do mês.

A oposição a Bolsonaro prevê também atos isolados nos dias anteriores, inclusive contra a realização da Copa América no País, como anunciou o presidente. A abertura do torneio está prevista para o dia 13.

Movimentos sociais, estudantis e sindicais, além de partidos de esquerda atraíram milhares de pessoas às ruas em 210 cidades do Brasil e em 14 países, no fim de semana, na maior manifestação contra o governo durante a pandemia.

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Em comunicado, a campanha afirmou que, “diante da enorme vitória política”, a nova data foi definida por uma articulação “que reúne centenas de organizações nacionais, entre partidos de esquerda, entidades estudantis, centrais sindicais, movimentos sociais e diversos coletivos e ativistas”.

Líderes envolvidos nas mobilizações viram a decisão de Bolsonaro em receber a Copa América, mesmo com a pandemia de Covid-19 descontrolada no País, como mais um elemento motivador de protestos.

Vacina
Os protestos gerais abraçam também pautas como defesa da vacina, apoio à CPI da Covid (vista como o caminho mais curto para a responsabilização de Bolsonaro pelas mortes na crise sanitária), pedido de auxílio emergencial de R$ 600, fim da violência policial e ataque às privatizações.

Na segunda-feira, o presidente minimizou o tamanho dos atos e disse que faltou maconha e dinheiro para os manifestantes que ocuparam as ruas.

Bolsonaro e seus apoiadores buscaram pintar a iniciativa como evento de campanha do ex-presidente Lula (PT), que deve disputar o Planalto em 2022 e lidera as pesquisas de intenção de voto. O petista não compareceu nem insuflou apoiadores para se juntarem às marchas.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que “não é uma caminhada de um grupo numa semana” que vai fazer com que um processo de impeachment ande na Casa. Cabe a Lira dar andamento a um dos mais de 110 pedidos de impeachment em análise na Câmara dos Deputados.

MBL
Organizações mais à direita, o MBL (Movimento Brasil Livre) e o VPR (Vem Pra Rua) mantêm a decisão de não provocarem aglomerações, sob a justificativa de obediência às autoridades de saúde. Os dois grupos puxaram multidões pelo impeachment de Dilma, em 2015 e 2016.

Além do vírus, outra razão expressa nos núcleos da direita é a resistência a se misturar aos esquerdistas. A avaliação é a de que grupos que foram capazes de aglutinar milhares de pessoas contra o PT e em apoio à Operação Lava Jato têm capacidade, caso queiram, de galvanizar as próprias bases.

Dilma também teve seu “Não vai ter Copa”
A reação contrária à competição esportiva internacional rememora protestos ocorridos em 2013, durante o governo Dilma Rousseff (PT), contra a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Partidos de oposição a Bolsonaro, inclusive o PT, reagiram à decisão de Bolsonaro.

Para os manifestantes, a acolhida ao evento do futebol sul-americano é mais uma demonstração da sabotagem nas medidas para evitar a disseminação do vírus, uma das razões apontadas para sustentarem a necessidade de afastamento do presidente da República.

Embora a mobilização esteja agendada para depois do início do torneio, há a intenção de expressar insatisfação com a medida tomada pelo Governo Federal na direção contrária do que recomendam cientistas, baseados nos altos números de casos da Covid-19 e da vacinação ainda lenta.

Não estão descartados protestos no dia 13, organizados isoladamente por entidades da coalizão, com o mote da crítica à Copa América. A tendência é que ocorram nos estados onde haverá jogos — até agora, foram anunciadas partidas no Rio de Janeiro, Mato Grosso, Goiás e no Distrito Federal.

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