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A história de hoje aconteceu no sítio de Eder Carlos Skibinski, localizado na comunidade da Barra Grande, município de Itapejara D’Oeste, onde ele mora com a mãe, Roseli, a esposa, Sirlei, e o filho Douglas.
Em março de 2018, Douglas comprou do Marcelo Schmoller, da cidade de Nova Esperança do Sudoeste, uma égua com uma potranquinha, pagando pelas duas R$ 3,5 mil. A égua se chamava Tempestade e a filhote, Boneca. Tempestade era um animal muito bonito, manso e obediente. Tinha 6 anos e pesava mais de 400 quilos. As duas eram animais bem saudáveis.
Depois de três meses, a Tempestade começou a ficar agitada. Não queria deixar encilhar e nem montar. Num sábado, por volta das 16h, Douglas e Eder encilharam a égua e Eder montou nela. Ela saiu “meio retossando”, não queria aceitar, mas logo se alinhou e começou a andar como fazia antes. Ele andou com ela uns 500 metros, estava tudo bem, então voltou pelo mesmo caminho, no galope, a égua era muito rápida.
Chegando no pátio da casa, Eder falou pro Douglas “quando eu for descer você segura ela pelo cabrestro, pra mim descer com segurança”. Mas antes que Douglas chegasse perto pra fazer o que o pai pediu, Tempestade só deu uma tremida e caiu, começou a se mijar e foi tudo muito rápido. Durante a queda, Eder bateu com o ombro no chão e sua perna esquerda ficou presa embaixo da paleta do animal. Ele sentia muita dor. O chão era de cascalho e a égua, muito pesada.
Eder diz que ficou firme segurando na rédea e nas crinas. Esperando pra quando ela fosse se levantar ele subiria junto com ela, já que estava preso. Mas foi ao contrário, ela não se mexeu mais, morrendo ali mesmo. Imediatamente Douglas e Sirlei foram ajudar Eder, que continuava preso. Era muita dor que ele estava sentindo. Mãe e filho começaram a tentar arrastá-la pelo pescoço, mas era muito peso. Demorou mais de dez minutos pra Eder conseguir livrar sua perna. Saiu mancando. Como estava com o corpo quente, na hora não deu muita importância para o machucado. Foi muito triste aquela situação, pois eles gostavam muito da Tempestade.
A égua estava prenha…
Já não tendo mais nada o que fazer, chamaram o vizinho Ademir Biazus. Ele veio com o trator de concha. Antes de enterrar Tempestade, Eder quis entender o que de fato havia acontecido. Pegou sua faca e abriu ela. Seu coração estava todo preto, com muito sangue coagulado. Ela teve um infarto fulminante. Ele também descobriu que a égua estava prenha de três meses. Voltaram pra casa.
Douglas foi até a vila comprar ração pra tratar a Boneca, pois ela ainda mamava. Eder tomou um banho e foi descansar. Logo em seguida começou a sentir muita dor, não conseguiu nem jantar. Às 23h não aguentou mais de tanta dor. Então chamou o seu amigo Antônio Nevio, que mora na cidade, para vir buscá-lo. Pra poder entrar no carro teve de se apoiar no Antônio e na Sirlei. Foram pra Francisco Beltrão, na casa do massagista Quintino Girardi.
Quando chegaram já era meia-noite. Quintino os atendeu. Eder diz que, por sorte, o Quintino é um massagista muito experiente. Seus dedos, o tornozelo e o ombro estavam tudo fora do lugar. Assim que Quintino arrumou, “foi igual tirar a dor com a mão”, diz Eder. Chegou em casa já caminhando sozinho e conseguiu dormir um sono. Levou uma semana para conseguir voltar a trabalhar.
Eder e Douglas sempre gostaram muito de animais. Hoje, no sítio, eles estão com cinco. A Boneca há poucos dias teve uma potranquinha, que se chama Neguinha. Eles cuidam da égua Caramelo, do vizinho Valdinei Antoniazzi, que tem seu sítio perto mas mora em Beltrão. Cuidam também de mais uma égua e uma potranca do amigo Cleverson. Eder diz que a morte da Tempestade foi uma experiência que jamais vai esquecer.
