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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Covid: eficiência de medicamentos como a cloroquina é pesquisada por acadêmica de Farmácia

Ana Carolina Salapata, acadêmica de Farmácia, da Unisep, destaca a pouca quantidade de pesquisas comprovando ou não a eficiência das medicações que vêm sendo usadas para a Covid.

Ana Carolina: pessoas estão apavoradas mas não devem fazer automedicação.

Um dos assuntos mais debatidos — e polarizados — no momento é a eficiência ou não dos medicamentos utilizados para tratamento da Covid-19. Enquanto uma parcela dos médicos e pesquisadores defende o uso de substâncias como cloroquina e hidroxicloroquina, outra não recomenda o seu emprego, alegando ineficiência e potenciais efeitos colaterais. A falta de consenso numa questão tão relevante motivou a acadêmica de Farmácia, da Unisep, campus de Francisco Beltrão, Ana Carolina Salapata a fazer uma intensa pesquisa sobre o tema.

Na busca de informações confiáveis, que farão parte do seu trabalho de conclusão de curso, a estudante recorreu às principais fontes de informação da área, como Google Acadêmico, Pubmed e Scielo. “Uma coisa fácil de perceber é que ainda faltam estudos sobre o tema, a Covid-19 é muito recente e o vírus vem apresentando mutações com muita frequência, o que dificulta as pesquisas e informações mais confiáveis sobre as medicações”, relata Ana Carolina.

Outro ponto destacado pela acadêmica é que, durante a pandemia, vários medicamentos estão sendo utilizados na forma ‘off label’, ou seja, originalmente são indicados para outras patologias, mas passaram a ser empregados no tratamento à Covid. “Podemos dar o exemplo da hidroxicloroquina, que na sua bula consta a indicação para artrite reumatoide, malária e lúpus, mas nos dias atuais está sendo uma grande aliada no tratamento da Covid-19 em associação com outros medicamentos”, relata.

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Estudo na Flórida aponta resultados da ivermectina
Entre as medicações que vêm sendo empregadas em larga escala para combate à Covid, a que está apresentando, segundo as pesquisas, resultados razoavelmente mais efetivos é a ivermectina. Como exemplo, Ana Carolina cita estudo realizado, na Flórida, nos Estados Unidos, com cerca de 280 pacientes, com idade média de 59 anos, que testaram positivo para Covid. Destes, 173 fizeram tratamento com a ivermectina; 107 utilizaram somente cuidados habituais. Ao final do estudo, constatou-se que o grupo que utilizou ivermectina teve menor taxa de mortalidade em fase severa; porém não houve diferença significativa nas taxas de entubação. “O número de mortes no grupo que utilizou o medicamento foi menor; contudo o número de entubações foi proporcionalmente igual nos dois grupos”, explica Ana Carolina.


Remdesivir, uma arma a mais
Apesar dos estudos existentes não levarem a conclusões definitivas quanto a efetividade das medicações que hoje estão em uso, Ana Carolina encontrou boas notícias em suas pesquisas. Uma delas é a aprovação por parte da Anvisa do Remdesivir, o primeiro medicamento que terá na sua bula a indicação ‘para Covid’. “Foi feito para hepatite C e foi usado também para o tratamento do Ebola, mas os resultados não foram muito positivos. Contudo, perceberam que poderia ser potente para a Covid. Ele é somente de uso hospitar e, segundo os pesquisadores, a sua utilização pode acelerar a recuperação e reduzir o tempo de internação. Ou seja, temos uma arma a mais para enfrentar a Covid”, pontua Ana Carolina.

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Medicamento só é seguro com orientação profissional
A acadêmica reforça a recomendação das autoridades de saúde para que a população evite o uso inconsequente de medicamentos. “É evidente que as pessoas estão apavoradas, com medo de contrair o vírus e, em consequência, acabam se automedicando, o que, a longo prazo, pode ocasionar malefícios para o seu organismo. É indispensável buscar orientação e ajuda de um profissional farmacêutico! Ninguém deve fazer automedicação! Isso pode ocasionar muitos efeitos negativos para a saúde a longo prazo!”, alerta Ana Carolina.Sobre a eficiência dos remédios que vêm sendo usados nos tratamentos da Covid-19, a estudante segue reticente: “Na falta de estudos mais conclusivos, eu acredito é na validade da vacina, que para mim é o principal meio que temos atualmente para salvar vidas”, conclui.

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