23.6 C
Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Temperaturas ficam abaixo de zero; previsão para geadas mais fortes

O Inmet emitiu alerta laranja devido ao risco para a saúde.

Tudo branco ao redor do Lago do Bairro Padre Ulrico e chegou a formar gelo na grama, com temperatura abaixo de zero, ontem, na primeira grande geada do ano.

A massa de ar polar que predomina sobre o Paraná fez com que as temperaturas ficassem negativas em grande parte do Sudoeste ontem, 29. A geada foi intensa em vários municípios da região. De acordo com o Simepar, o frio dever ser ainda mais intenso durante a madrugada e o início da manhã de hoje.

Ontem, o município de Francisco Beltrão registrou a menor temperatura deste ano. Os termômetros atingiram -1,4 grau, na estação do Simepar (Aeroporto Paulo Abdala); e -2,4 graus, na estação meteorológica da UTFPR (Linha Santa Bárbara). A temperatura também ficou negativa em Palmas: -3 graus; Pato Branco: -1 grau; e Capanema: -1 grau.

Hoje também é esperado um grande declínio nas temperaturas do Sudoeste, que deverão ficar novamente negativas. O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu alerta laranja para todo o Paraná, comunicando o risco para a saúde devido às baixas temperaturas. Os dados meteorológicos do Simepar indicam possibilidade de geadas em todas as regiões do Estado. Nas regiões Sudoeste, Oeste, Sul, e Central as geadas deverão ocorrer com maior intensidade.

- Publicidade -

Ainda de acordo com o Simepar, as temperaturas voltarão a subir somente no fim de semana, quando a massa de ar frio começará a perder sua força.

Forte geada pode afetar culturas agrícolas
O excesso de frio pode provocar alguns reflexos para algumas culturas agrícolas. Mas é preciso esperar mais alguns dias para ver os impactos nas culturas produzidas em grande escala, como milho e trigo, pastagens perentes e as olerícolas.O agrônomo Ricardo Kaspreski, do Departamento de Economia Rural (Deral), Núcleo Regional da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) de Francisco Beltrão, relata que a cultura do milho preocupa mais. Ele estima que 50% da área ainda está suscetível de ser afetada por baixas temperaturas. “Mas tem que aguardar, porque tem previsão de mais geadas”, ressaltou.

O termômetro no centro da cidade de Marmeleiro marco -5 graus no começo da manhã de ontem.

As lavouras de trigo já estão todas plantadas na região e praticamente todas estão na fase de desenvolvimento vegetativo. “Nesta fase o frio é benéfico para o trigo”, diz Ricardo, que acrescenta: “O que ocorre é que em algumas áreas de baixada o frio muito forte pode afetar as lavouras.”A produção regional de verduras e legumes também pode ser afetada pelo frio. Mas muitos produtores rurais já utilizam a plasticultura – sistema em que os canteiros ficam cobertos por plásticos ou sombrite. “Na região se usa bastante”, frisa Ricardo. Apesar do grande número de produtores que adotam a plasticultura, ainda assim as baixas temperaturas podem afetar a produção de verduras e legumes. “Com certeza, um pequeno reflexo vai ter. Não dá pra dizer quanto, ainda”, sublinha o agrônomo.

Pastagens perenes
Para os produtores de leite a pasto, a situação é mais complicada. A pastagem perene fica seca depois das geadas e as granjas precisam fornecer silagem ou ração para que as vacas continuem produzindo leite em escala.

O inverno e os desafios de quem trabalha no campo
De acordo com os dados da meteorologia, este deverá ser um inverno rigoroso para o Sudoeste paranaense, com períodos mais longos e um frio intenso. O trabalho na agricultura é um dos setores que mais sofrem neste período.Esta é a realidade de Betty Krause, dona de uma pequena propriedade agrícola no interior de Marmeleiro. Betty produz para consumo próprio e também para a feira. Ela diz que em dias frios assim o trabalho fica muito mais difícil, e conta como faz para amenizar um pouco o frio para trabalhar. “Os dedos congelam, tanto os do pés quanto os das mãos. A água é muito fria. Aí nós esquentamos a água pra quebrar o gelo e ficar menos fria”.

Betty relata que o frio dificulta até o uso dos equipamentos para o trabalho do campo, como a ordenhadeira, usada na extração de leite. A borracha responsável pelo vácuo do insuflador (aparelho que é colocado na mama do animal) resseca devido ao frio, e impede a vedação correta. O trator também não pega, por causa do óleo que fica muito frio.Apesar das dificuldades, Betty conta essas histórias com muito bom humor, dizendo que ama o que faz e não se vê fazendo outras coisas na vida. “Sempre se dá uma escapadinha pra dentro de casa; se esquentar no fogão a lenha. Sei que o frio faz parte da natureza. Se não dá frio o suficiente, no verão temos muita infestação de pragas. Então, tudo faz parte de um ciclo. E não dá pra desanimar.”

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques