Mais de 50% de prejuízos no milho e 75% no feijão
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Se os números foram muito bons da safra de soja 2020-2021 na região Sudoeste do Paraná, o mesmo não se pode dizer da segunda safra – a safrinha –, que é cultivada entre os meses de fevereiro a junho. Os relatórios sobre as perdas em produção e valores ainda não foram concluídos pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), mas já apontam para um bilhão de prejuízos.
Desde 2020 os índices de precipitação na região Sudoeste estão abaixo do normal. Exceção ao mês de janeiro, de chuvas intensas, de fevereiro a maio os volumes ficaram sempre abaixo da média histórica. As consequências foram a quebra da produção da safrinha de milho e feijão na produção de leite, produtores rurais tendo que solicitar auxílio das prefeituras para dar água às criações, comprar silagem de outros produtores e acionar o seguro agrícola.
Quebra no milho
Na região de Francisco Beltrão-Dois Vizinhos foram plantados 99.250 hectares para grão e a produção esperada era de 593.850 toneladas. No final de maio a estimativa oficial apontava perdas totais em 10.250 hectares. Já tinha produtores rurais destinando estas áreas para a produção de silagem. Pelo menos 7.550 hectares que tinham sido plantados para grão e os agricultores já estavam vendendo para uso como silagem. Restaram para colheita 80.850 hectares.
A perda na área de milho para grão já chegava a 55,42% da área, equivalente a 329.161 toneladas a menos – 5.486.000 sacas. Em valores, a estimativa era de R$ 488 milhões que deixariam de circular na economia regional. Não estavam computados os custos que os agricultores tiveram para implantar as lavouras.
No milho silagem foram plantados 44.950 hectares e a produção estimada era de 1.348.000 toneladas. A quebra estava atingindo 50% e valor aproximado de R$ 337 milhões.
75% no feijão
O feijão teve área de 39.450 hectares, com previsão de colheita de 78.900 toneladas. Foram perdidos totalmente, devido à seca e às geadas, 7.470 hectares. A área a ser colhida chegava a 31.970 hectares, porém com uma quebra de 75% – equivalente a 59 mil toneladas – e R$ 260,7 milhões que deixarão de movimentar a economia do Sudoeste.
No leite, a redução na produção chegava a 21% nos últimos três meses, ou 41 milhões de litros a menos na produção anual e praticamente R$ 80 milhões a menos. No balanço parcial de perdas, os valores já chegavam, no final de maio, R$ 1.166.000. Nesta estimativa não estavam computados os prejuízos causados aos produtos hortifrutigranjeiros. Antoninho Fontanella, técnico do Deral-Seab, considera uma das maiores perdas, no período da safrinha, na região de Beltrão-Dois Vizinhos.
O problema levou o governo estadual a decretar situação de emergência hídrica nas regiões Sudoeste e Metropolitana de Curitiba. Até o final de maio 13 municípios da região de Beltrão-Dois Vizinhos haviam decretado situação de emergência. Outros municípios estavam analisando se iriam decretar ou não situação de emergência. O decreto permite que as prefeituras adotem uma série de medidas para minimizar a situação.
Prejuízos menores em Pato Branco
Na região de Pato Branco foram plantados 80 mil hectares de milho para grão. A produção esperada era superior a 488 mil toneladas. Mas as projeções do Deral-Seab indicam que a quebra já chegava, no final de maio, em 50% a 55%, com uma produção de 280 mil a 300 mil toneladas.
No feião foram plantados 60 mil hectares e a produção estava estimada, inicialmente, entre 108 mil e 132 miltoneladas. Até o final de maio 65% das áreas já tinham sido colhidas e a quebra estava em 35% do total previsto. A produção de leite, com base em dados dos laticínios, nos últimos três meses caiu na faixa de 10% a 15%.
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