Projeto Surubi trabalha com 20 diferentes espécies e atende toda região.
Desde os anos 90, a família Reolon se dedica à aquicultura. Inicialmente o trabalho buscava conciliar a criação e engorda de peixes com o manejo de matrizes para a reprodução de alevinos, mas, devido ao aumento da demanda de peixes em estágio inicial de criação, o Projeto Surubi focou sua atuação para este mercado em ascensão na região.
Há mais de 20 anos, a empresa passou a lidar exclusivamente com a reprodução e venda de alevinos. Hoje, são disponibilizadas 20 diferentes espécies e ao menos 80% são reproduzidas em laboratório e criadouro próprio do Projeto Surubi, na Seção Progresso, interior de Francisco Beltrão. A temporada de reprodução inicia em agosto, como é o caso da carpa húngara, jundiá e carpa colorida, e conforme aumenta a temperatura da água outras espécies entram no ciclo reprodutivo.
O manejo adequado é um dos segredos do sucesso do negócio. “Para que tenhamos resultados satisfatórios na sobrevivência de levar e, por consequência, alevinos de qualidade, muitos são os fatores a serem considerados, como por exemplo, a escolha de matrizes de boa genética, alimentação e temperatura da água”, explica Claudicir Reolon Júnior, sócio-proprietário do empreendimento. O Projeto Surubi atende toda a região, comercializando diretamente para o consumidor final, a casas agropecuárias e revendedores.
Reprodução
A desova ocorre de forma natural em algumas espécies, mas outras precisam ser levadas ao laboratório para a indução hormonal, que fará com que liberem seus ovócitos. Após a fecundação, os ovócitos são colocados em incubadoras e eclodem em até 24 horas. As larvas, então, são liberadas em tanques de terra, chamados de berçários, após um período de 72 horas de incubação. Segundo Júnior, o ciclo de reprodução tem duração de cerca de 30 dias a partir da desova das matrizes, até os alevinos estarem prontos para a venda, quando atingem aproximadamente cinco centímetros.
Tilápia, a campeã de vendas
No Projeto Surubi, a espécie mais comercializada é a tilápia. Sua boa aceitação na região se deve por ser um peixe de desenvolvimento rápido, pela boa quantidade de animais por metro cúbico (podendo chegar a oito) e devido à carne ser de excelente qualidade.
A tilápia é uma das espécies que se reproduzem de forma natural e todos os dias larvas são coletadas nos açudes, que possuem aquecimento da água por meio de estufas. “Após a coleta, as larvas são transferidas para um berçário no qual é fornecida uma mistura de ração com alta concentração de proteína e hormônio, para reversão sexual. O processo de reversão irá garantir que mais de 95% dos alevinos sejam do sexo masculino, evitando assim a superpopulação e permitindo o melhor crescimento”, finaliza Júnior.
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