Cristiane Godinho Calegari trabalha com seus pais em uma área de cinco mil metros², na Vila Rural Gralha Azul.

Cristiane Godinho Calegari, 24 anos, é natural de Francisco Beltrão e mora na Vila Rural Gralha Azul. Nasceu e se criou em movimentos sindicais, passou em concurso público como professora. Mas ela acabou desistindo do magistério para continuar trabalhando como agricultora na agroindústria familiar.
Cristiane trabalha com seus pais em uma área de cinco mil metros², com produção de pão caseiro, pão integral, bolo de milho, bolacha caseira, bolacha de açúcar mascavo, bolo de cenoura, bolo de milho e cuca royal.
Em 2017 se associou na Coopafi, e trabalhava no Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar como secretária. Após um período foi chamada para fazer parte da direção do Sindicato, coordenando o Coletivo de Mulheres do Sintraf de Francisco Beltrão.
Em 2020, Cristiane começou a trabalhar como professora da rede municipal, através de um concurso público, mas no dia 30 de abril pediu exoneração para voltar a trabalhar com seus pais, devido à falta de mão de obra. “Não compensava continuar trabalhando fora e pagar alguém para ajudar”, conta a agricultora.
Cristiane diz que uma das maiores dificuldades enfrentadas é o acesso à matéria-prima para a produção orgânica, a farinha utilizada é buscada em Realeza e o açúcar em São Paulo.
Os problemas enfrentados na pandemia foram poucos. A família parou nos primeiros 20 a 30 dias, porque devido aos decretos estava tudo parado. Depois desse período passaram a ser produzidas as cestas para entregar às famílias dos alunos, houve apenas uma redução na produção. “A gente não enfrentou tanto problema com a pandemia, a gente teve redução, mas não teve corte? Acho que teria sido muito pior se tivesse corte, e durante esse um ano, um ano e meio eles não tivessem comprado nada”, afirma Cristiane.